30 de setembro de 2009

Festival do Rio 2009

Para quem não pode acompanhar de perto como eu, então, pelo menos tem a possibilidade de se atualizar e, é claro, se divertir um pouco...Com vocês: Festival do Rio 2009! É só escolher.

29 de setembro de 2009

Moisés Márquez

Sua primeira banda se chamava Oiga Doctor lá pelos idos de 2001, quando tinha apenas 22 anos. Moisés Márquez rotula seu trabalho como Glass Music, mas também combina com um jeito Rock and roll de ser, tem um som interessante e inusual.



28 de setembro de 2009

Cidade Mangue

Baseado em Fausto de Goethe, Cidade Mangue faz uma crítica ao homem, mas com um assunto que já estamos cansados de ser abordados. A diferença é que ele usa o ambiente em questão muito típico do nordeste brasileiro. Tirando a produção que deixa muito a desejar, podemos dizer que o curta tem uma boa proposta, mas podia ser melhor, com certeza. De qualquer forma, valeu o esforço dos alunos de Cinema e Jornalismo da Faculdade Mauricio de Nassau.

27 de setembro de 2009

Eva Saks



A americana Eva Saks pode até estar orgulhosa de sua trilogia de 35mm, que celebra o fatidico pós 11 de setembro que aconteceu em New York: Colorforms, Confection e Date. Mas o seu entusiasmo tem sido também alvo de crítica e não é para menos, fazer bons filmes artisticos e com apelo emocional, nem sempre encantam ou tocam o coração. O risco é cair no too much. Eva que também dirigiu e escreveu Valentine's Day (como já disse aqui e repito sobre este curta, para mim, foi uma surpresa o seu final além de uma extrema sensibilidade e simplicidade que nos pega de calça curta).

Mas voltando ao assunto em questão, vamos dar uma sapiada em seus premiados curtas e então vocês podem tirar suas próprias conclusões. Eu já tenho as minhas... Colorforms é dos três o mais interessante. Interessante no visual e no roteiro pra lá de criativo. Ele é simples, mas seduz o espectador. Aqui, infelizmente sem audio pois não foi autorizado pela WMG.





Em Confection o apelo visual até que nos convida a assistir o curta, mas ele acaba se tornando um pouco óbvio demais quando vemos o mendigo. Não surpreende.




A proposta de Date até que seria boa se não fosse a intenção do diálogo nos gestuais dos atores. Hum! Hum!..como conversação, simplesmente, mais do que força a barra. Talvez por isso não emocione tanto...




26 de setembro de 2009

Domingo de Páscoa

Este curta traz alguns personagens interessantes e que enriquece a trama. Um médico em busca de alívio. Uma mãe-prostituta. Um policial-corrupto-correto. Uma malabarista-mirim-de-rua. Vidas tortas e malditas que se encontram e desencontram em torno de uma barraca fajuta de hot-dog, no calçadão de Copacabana. Mas o que surpreende mesmo é o final. Interessante e foge do óbvio.





Prêmios
Melhor Roteiro no Festival de Roteiros da Insituição Hebráica de São Paulo 2004
Prêmio Porta Curtas no Festival do Rio 2008


Festivais
Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2008
Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2008
Goiânia Mostra Curta 2008
Brazilian Film Week - Premiere Brazil Washington 2008

25 de setembro de 2009

O homem do ano


Este filme vale à pena ver por vários motivos: ele é uma adaptação do best seller O matador, de Patrícia Melo e tem uma grande idéia por traz de um maravilhoso roteiro. Sintam só: uma ingênua aposta entre amigos, um assassinato, um herói. E tudo isso no Brasil. Máiquel (sim, assim mesmo que se escreve. Simplesmente irônico!) é um homem comum que se transforma no herói de toda uma cidade. Mas o nosso protagonista é humano, então, um belo dia, comete o seu primeiro erro e é obrigado a rever seu destino. Enquanto isso, ele mostra sua ascensão para ser o homem do ano, daí o nome. Murilo Benício apesar de ter recebido tantas críticas boas sobre o seu papel, para mim, parece-me pasteurizado, mas não tira o mínimo do brilho do filme, pode ter certeza. O porquinho Bill (por conta de Bill Clinton) e a relação de Máiquel com ele é um achado. Tudo de bom!

Prêmios
Festival de cinema Brasileiro de Miami 2003 (EUA) – venceu nas categorias de melhor filme, melhor diretor e melhor ator (Murilo Benício).
Festival de Cinema Latino-Americano de Washington (EUA) - venceu nas categorias de melhor filme e melhor ator (Murilo Benício).
Festival de Havana 2003 (Cuba) - venceu na categoria de melhor direção de arte.
Festival Internacional de Cine de Donostia - San Sebastián 2003 (Espanha) - venceu na categoria Menção Especial.
San Francisco International Film Festival 2003 (EUA) - José Henrique Fonseca recebeu o SKYY Prize.

24 de setembro de 2009

The most beautiful man in the world



Este curta inglês tem uma pegada visual impressionante. Talvez uma das mais belas que já vi nos últimos tempos. Do ano de 2002, foi premiado com Hamburg Short Film Prize (2003) e Best Short Film - Classic Shorts Competition (2003). Uma garota, um cachorro, uma mãe e um homem pode nos revelar muito mais do que parece. A garota já nos conquista de cara! "The Most Beautiful Man in the World" é lindo e com certeza vale à pena ver.

23 de setembro de 2009

Dear, sweet Emma

Emma é, a princípio, uma simpática velhinha que nos conquista nos primeiros segundos deste curta. Quando começamos a sentir pena dela, nossa visão parece-nos mudar completamente. Com um olhar privilegiado, ela pode se revelar uma personalidade pra lá de intrigante. Um lado secreto, incontrolável e obscuro. O anjo doce favorito do cidadão Fishtickle, de fato, constitui um dilema desconfortável para todos, se o seu problema nunca fosse descoberto... Um filme irônico e com uma personalidade bem complexa. Um show de roteiro!

Dirce Migliaccio

Ela vai deixar saudades, com certeza! Conhecida como uma das primeiras intérpretes da boneca Emília, Dirce Migliaccio, não só atuou na telessérie "Sítio do Picapau Amarelo", baseada na obra de Monteiro Lobato, como também deu alma e ganhou fama como uma das irmãs cajazeiras da novela “O Bem Amado”, um dos clássicos da televisão brasileira. Mas ela não era atriz apenas de dois papéis, atuou nas novelas "A Gata Comeu", "Da Cor do Pecado" e no programa "Casos e Acasos". E, de quebra, no cinema fez os filmes "Xuxa em Sonho de Menina" e "Sem Controle". Aqui uma grande recordação para quem curtiu, na minha opinião, o melhor "Sítio do Picapau Amarelo" de todos os tempos. Tempos que jamais voltarão...


22 de setembro de 2009

Capítulo 18

Decididamente, fazer os finais de semana uma parte do cotidiano já era exigir demais de Sofia. São Paulo estava especialmente frio naquele sábado. Ela tinha ralado muito durante a semana na pesquisa para a nova coleção do seu cliente. Não queria pensar em absolutamente nada, então, pediu o carro a Pedro, colocou a coleira em Brasileiro e resolveu que naquele dia, ao contrário do que sempre fazia, iria andar no Parque Ibirapuera. Não gostava muito de lá, pois o aquela imensa área verde vivia lotada. Pessoas de tudo quanto é jeito e tribo andam pra lá e pra cá lembrando mais a hora do rush no caótico trânsito de Sampa do que outra coisa. Ela não gostava de tumulto, mas gostava de tumultuar. Apostando que com o frio as pessoas fossem ficar em suas casas, Sofia optou por ir naquele parque àquele dia. Vamos brasileiro, lá é bonito, você vai gostar!

Estacionou o carro com facilidade e a medida que andava percebia que, de fato, o Ibirapuera estava vazio. Alongou-se. Arriscou correr. Vamos, Brasileiro, pega no tranco! E o cão acompanhava-a. Foram tantos caminhos diferentes que nem Sofia sabia mais quantas voltas tinha dado por certo. Brasileiro já estava com a lingua para fora. Sofia comprou uma água, deu para o canídeo e prometeu-lhe ser a última volta antes de eles retornarem para casa. Ela ameaçou correr, mas Brasileiro empacou e ficou olhando para ela sentado. Ok, já entendi o recado. Você é muito folgado, mas eu não vou te pegar. Sofia andava e olhava para Brasileiro para ver se ele a acompanhava. No começo, o cão deitou-se no chão, mas quando ele viu que Sofia não parava de andar, resolveu seguí-la. De repente Sofia parou. Estarrecida olhava de longe um casal que andava próximo ao lago. Ele tinha seus braços envoltos no pescoço dela enquanto andavam e conversavam animadamente. Sofia prendeu a respiração. Brasileiro aproveitou e deitou-se no chão. Sofia não queria acreditar no que estava vendo, mas desejou que Brasileiro fosse naquele momento um Rottweiler e que ao seu comando dilacerasse aquela mulher. Ele: Morrice. Ela: Beatrice.

Pensa, Sofia, pensa!!! E sabendo que a melhor defesa é o ataque, Sofia impulsivamente foi de encontro aos dois. Essa mulher é uma “puta” mesmo, Sofia pensava enquanto a raiva crescia incontrolávelmente na sua mente e em seu coração. Hey! Vocês dois... por acaso atrapalho o casal de pombinhos?

Morrice, como que se reconhecesse a voz da inquisidora, virou-se calmamente tirando os braços do pescoço de Beatrice. Seu riso era amarelo, quase beirando ao branco pálido. Oi meu amor, você por aqui? Que surpresa! Beatrice apenas sorria. O mesmo sorriso cínico que irritara Sofia no apartamento do namorado. Morrice e Beatriz se entreolhavam um pouco sem graça. Surpresa estou eu de encontrá-los aqui - respondeu-lhe. Sofia sentiu que algo estava no ar: Morrice caminhando num parque que, ele bem sabia, a namorada quase não vinha; com uma mulher que, ele também sabia, Sofia detestava; e ainda por cima os dois ficaram sem graça ao vê-la. Aí tem! Morrice beijou Sofia e ela bem baixinho disse para ele: “Precisamos conversar”. Conhecendo a namorada que tinha, Morrice limitou-se a responder que “Sim, nós vamos, mas não aqui e nem agora”. Aquelas palavras de Morrice soaram para Sofia como uma confirmação de que seu pressentimento estava correto. Então decidiu prejudicá-lo de outra forma. Já que meu par chifres está prestes a aparecer, quem vai pagar caro agora é ele, pois esta vaca não merece que eu mova um dedo por causa dela. Pensou.

Sofia cumprimentou Beatrice como se nada tivesse acontecido e bem sorridente avisou ao casal que já estava indo embora quando os avistou. Nós também já estávamos indo embora – disse Bia. Os três caminharam até o portão de entrada mais próximo do estacionamento que Sofia deixara o carro. Sofia de mãos dadas com Morrice tentava segurar sua raiva como se nada tivesse acontecido. Na porta do carro, o francês beijou a namorada, enquanto Bia olhava os dois à distancia. Brasileiro entrou no carro. Morrice disse que quando saísse dali, passaria na casa de Sofia. Não, Morrice, me liga antes que eu não estou indo pra casa agora. Mentiu. De repente, de onde eu estiver, passo na sua casa. Ligou o carro e foi-se embora.

21 de setembro de 2009

Elsa Mora e Carlos Estévez

By Carlos Estévez
By Elsa Mora

By Elsa Mora

Sabe aquele dia em que você tem que ir para um determinado lugar, o endereço está errado, mas você se depara com algo que só faz com que você ganhe seu dia? Thank God! Mas foi assim que conheci os trabalhos dos cubanos Elsa Mora e Carlos Estévez.

Ela: uma artísta que já trabalhou com cerâmica, pintura, ilustrações, fotografias e instalações, expõe um belíssimo trabalho que dignifica a arte de cortar papel na Couturier Gallery. Muito me chamou atenção que a maioria de suas criações estão "grávidas", como se tais crianças fossem dar vida real aos seus trabalhos. Uma sensibilidade que só uma mãe poderia registrar.

Ele: pinta e desenha em mídias diversas como aquarela, tinta, pastel e lápis para produzir imagens dinâmicas de formas humanas e animais. Muito mais técnico e com desenhos lineares, Estévez brinca com a relação de números, valores de referência, constelações e cosmos. Algo como se usasse as linhas para ligar-se às estrelas, uma verdadeira alusão às marionetes.

20 de setembro de 2009

Camille Rose Garcia


The Hydra of Babylon é o título da exposição de pinturas e gravuras em estilo gótico que Camille, uma artista natural de Los Angeles, apresenta na Merry Karnowsky Gallery. Diria que um verdadeiro estilo cartoon "assustador". O universo de sua criação é imenso, tem águias, abutres, borboletas loucas, e, claro, uma hidra gigante. Seu trabalho já foi publicado nas Flaunt Magazine, Rolling Stone, Juxtapoz, Paper Magazine, entre outros. Os traços dos seus desenhos são finos, mas a firmeza que existe em cada olhar e em cada expressão é impressionante. Chega a ser apavorante. Vale à pena visitar o site dela ou da galeria para conhecer um pouco mais o trabalho da artista se você não vier por estas bandas...

19 de setembro de 2009

Love at the first sight

Nem sempre o amor à primeira vista acontece como numa caixa quadrada. O amor, neste caso, extrapola as barreiras do lúdico, da lógica e do próprio sentimento. Ele é ousado como neste curta francês. Os diálogos são perfeitos e na medida. Os sons explorados dão um toque à mais para a película. O cenário é espetacular. Vale à pena assistí-lo.

18 de setembro de 2009

O amor custa caro

Tirando a participação de George Clooney (Miles Massey) e Catherine Zeta-Jones (Marylin Rexroth), a comédia romantica é pura água com açucar, literalmente. Ele: um advogado especializado em ações litigiosas. Ela: uma viúva-negra pra lá de profissional. O amor custa caro (Intolerable cruelty, 2003) é uma mistureba caricada de humor negro e violência. São situações clichês e devidamente calculadas. Nada demais. Os protagonistas são verdadeiras caras-metades em mais um filme dos já conhecidos irmãos Coen. Não busque nesta película algo para pensar. Não tem. Só assista se você for fã de um dos dois atores, porque mais do que isso, com toda certeza, você não aguenta.

17 de setembro de 2009

A moça que dançou depois de morta

E quem disse que cordel é coisa do passado, está redondamente enganado, ele está mais atual do que nunca. Esta animação baseada em uma história de J. Borges é surpreendente. Uma combinação perfeita da cultura genuinamente brasileira: um renomado artista popular e uma produção inteiramente feita com xilogravuras originais do próprio autor. Quer mais? Um rapaz se apaixona por uma misteriosa moça num baile de carnaval do interior. A música é linda e tem muita sonoridade. Uma verdadeira magia do nosso cordel nordestino. Imperdível!




Prêmios
Melhor Roteiro de Animação no Cine PE 2004
Melhor Trilha Sonora no Festival de Belém 2004
Prêmio UNESCO no Festival de Cinema de São Luís 2004
Melhor Trilha Sonora no Mostra ABCD - Brasília 2004

16 de setembro de 2009

A última aposta


Muitos de vocês podem achar o filme enfadonho ou confuso de entender, mas não é. Com um pouco mais de atenção perceberá que “A última aposta” (titulo original Even Money) é um drama que traz á tona a questão do vício do jogo. Seja ele que vício for... Neste filme, o jogo é uma metáfora maravilhosa em que todos envolvidos, de alguma maneira buscam algo a mais que talvez a sua vida não possa oferecer. E isso está no intrínseco de cada personagem. Algumas revelam o desejo pelo dinheiro, outras pelo amor e ainda algumas pela amizade. São pessoas totalmente diferentes que vêem suas vidas cruzadas pela obsessão do jogo. Uma escritora, um “book maker”, um mágico e tantas outras que se cruzam. São pessoas comuns, como milhões de outras, que têm suas vidas entrelaçadas e ameaçadas pelo terrível vício do jogo. De quebra, os talentosos Kim Basinger, Danny de Vito e Forest Whitaker emprestam seus corpinhos para a trama.

15 de setembro de 2009

O vampiro do meio-dia

O filme tem um quê de loucura. Às vezes incompreensível e outras tantas não mais do que seria o normal de um cotidiano. A proposta da história é: no verão mais quente de sua vida, um adolescente descobre o prazer em meio a um ônibus, balões, Darth Vader e as leis de Newton. Interessante, mas incomum!




Prêmios
Melhor Montagem no Cine Ceará 2008
Melhor Roteiro no Cine Ceará 2008
Melhor Vídeo Ficção no Vitória Cine Vídeo 2008
Melhor Filme de Estudante no Femina - Festival Internacional de Cinema Feminino 2008
Menção Honrosa no Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira 2008
Destaque em Expressão Poética no Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2008

Festivais
Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2008
CineEsquemaNovo - Festival de Cinema de Porto Alegre 2008
FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul 2008
Goiânia Mostra Curtas 2008
Janela Internacional do Cinema 2008
Mostra de Cinema de Tiradentes 2009

14 de setembro de 2009

Plain Jane

"Plain Jane" (em inglês) é a história de uma estudante do primeiro ano de faculdade que busca encontrar o seu caminho no mundo. Sem grandes dramas e com alguma obviedade implicita, Jane precisa se transformar pra descobrir que o melhor é ser ela mesma. O curta é do pessoal da UCLA (Los Angeles), foi filmado em 5 dias e editado ao longo de um período de 2 meses.



13 de setembro de 2009

Tough spot XI : the booty call

De fato fazer comédia não é fácil. Mesmo que a situação esteja dificil, a arte pode ser arriscada se mal feita, como é o caso deste curta. Precisa talento e foco desde a concepção do roteiro até a atuação dos atores. Nem sempre conquistam, mesmo que apresentadas em Cannes. Quer tentar?

Pepeu Gomes


E quem deu uma palhinha por aqui pelos lados da California foi o baiano Pepeu Gomes no evento Brazilian Day in LA. Considerado pela revista americana Guitar World como um dos dez melhores guitarristas do mundo e da América Latina, Pepeu com toda certeza deve ter se decepcionado com a organização do evento. E não é para menos, o retorno do som toda hora parecia lhe faltar, mas pior que não ter retorno, de fato, foi o público não ouvir o som e curtir o show simplesmente pelo retorno. Uma lástima! Pepeu, ícone dos roqueiro nos anos 80, cantou seus sucessos "Masculino e Feminino" e "Sexy Yemanjá". Fez uma releitura de Chico Science (criador do movimento mangue beat) não muito feliz, mas fechou com chaves de ouro quando presenteou ao público com os chorinhos "Brasileirinho" (Waldir Azevedo).

12 de setembro de 2009

O homem elefante


David Linch foi simplesmente único neste premiado filme. Ele transformou a história real de Joseph Carey Merrick (5 de agosto de 1862- 11 de abril de 1890) num dos ícones da história do cinema mundial. No filme, o inglês é John Merrick (John Hurt), portador do caso mais grave de neurofibromatose múltipla registrado na era Vitoriana. Ele tinha 90% do seu corpo deformado. Era considerado um débil mental pela sua dificuldade de falar, até que o sensível médico, Frederick Treves (Anthony Hopkins), o descobriu e o levou para um hospital. A partir daí, o personagem principal se libera emocionalmente e intelectualmente. John mostra-se sensível e consegue recuperar sua dignidade. O filme, apesar da estranheza do tema, é lindo. Quando está no hospital, John conhece a Sra. Kendal (Anne Bancroft), uma grande atriz. Ela e Treves se tornam não só importante para a auto estima do homem elefante como sensibilizaria a coroa britânica para este caso. Mas a vida de John não é tão glamourosa assim. Apesar de amigos que o apoiavam, ele encontra gente querendo fazer o mal. Coisa mais óbvia numa sociedade ainda mesquinha e preconceituosa. O filme, de 1980 foi filmado em preto e branco não por acaso, a obra, de fato pedia tal exercício. A maquiagem, sem sombra de dúvida, é perfeita. Dizem que Lynch chegou a tentar fazê-la, mas desistiu após concluir que não conseguiria de forma satisfatória. Sorte nossa! A maquiagem do homem elefante levava 12 horas para ser feita a cada vez que era aplicada em John Hurt. Esta obra, diria, é obrigatória para os amantes de cinema.

10 de setembro de 2009

Capítulo 17

Prendeu a bicicleta na árvore que tinha em frente a livraria. Tirou o cadeado da mochila e colocou o segredo. O ano do seu nascimento. Nada mais óbvio, mas era melhor algo que pudesse se lembrar do que ter que anotar o código como se fazia com as senhas do banco. Ridiculo ter que prender a bike na árvore. Pensou. Mas fazer o quê, São Paulo ainda não estava preparada para o mundo ecológico. Sofia fechou a mochila e andou calmamente em direção a loja. Notou que a loja estava cheia. Pensou “onde estaria a crise”. Passou pelos eletrônicos e foi logo ao andar de livros. Deu uma volta para saber das novidades e logo veio uma atendente querendo saber se podia ajudá-la. Sim, estou procurando o livro “Sapatos” de Linda Okeefe. A atendente fez uma curva ali e outra acolá até chegar numa estante de livros um pouco escondida. Sorridente pegou o livro e entregou a Sofia. Posso te ajudar em mais algo. Sofia olhou interessada na capa do livro e respondeu que por hora era tudo o que ela queria. Começou a folhear o livro. Olhou para um lado e para o outro. Avistou uma poltrona. Sentou-se.

Passados cinco minutos, no sofá do lado da poltrona que Sofia sentara, uma senhora de cabelos brancos e um vestido azul todo florido sentou-se apressadamente como quem quisesse garantir algum bom lugar na sessão de um filme. Colocou uma pequena bolsa do lado, cruzou as pernas e abriu um livro. Sofia folheou por alguns minutos a obra e decidira comprá-la. Pegou o celular e ligou para Morrice. Amor, onde você está? Morrice estava atrasado para o encontro. Olha só, quando você chegar, me procura no primeiro andar da livraria, ficarei te esperando aqui. Sofia desligou o telefone e notou que a velha não folheava o livro, mas lia-o entretida. Achou engraçado. Quis saber qual era o livro que a senhora lia. A velha olhou pra Sofia e deu uma risada. Sofia retribuiu. Este livro tá muito bom! Segredou a senhora pra Sofia. A jovem demonstrou interesse e quis saber o nome do livro. Mentes perigosas – o psicopata mora ao lado, anunciou a senhora sem nenhuma reserva. Sofia deu risada e fez cara de surpresa. O que queria uma senhora lendo aquele tipo de livro, pensou, e antes que abrisse a boca para perguntar, a velha lhe disse. É por causa da novela, minha filha. Desde que se descobriu que aquela Yvone era uma psicopata, eu comecei a ler pra me precaver. A gente nunca sabe onde se pode encontrar um, não é ? Sofia deu risada e concordou antes que a velha pudesse pensar que ela era uma psicopata. Ficou intrigada e perguntou desde quando ela lia aquele livro. Ah! Minha filha, vou te contar um segredo. Faz muito tempo que eu não compro livro, eu venho aqui e leio todas as tardes. Sofia não se aguentou e caiu na gargalhada. Os atendentes até já me conhecem. No começo eles encrencavam, mas daí fui ficando amiga, trazendo uns docinhos pro lanche deles e pronto, hoje eles já me liberam. Que velha cara de pau, pensou Sofia. E então o papo evoluiu. A senhora contou pra Sofia que a aposentadoria dela já não dava mais pra nada e que desde criança ela era apaixonada por livros, então, ao invés de roubar, preferia ler na livraria. Ela anotava a página em que tinha parado e no dia seguinte continuava sua leitura. Sofia questionou porque ela não pegava um livro em uma biblioteca e ouviu como resposta um seco: “não se tem biblioteca perto de minha casa”. Sofia olhou entretida e curiosa. É sempre assim, minha filha, nenhum dos governos incentivou a leitura, se tivesse incentivado, tinhamos em cada esquina uma biblioteca, assim como temos farmácias. Eles querem um bando de gente analfabeta pra continuar votando nestes safados! Falou a senhora desbocadamente e eufórica. Sofia teve que concordar com a visão dela, não deixava de ser interessante.

O celular de Sofia tocou, era Morrice. Ela despediu-se da senhora e prometera voltar outras vezes para continuar com o papo. Agora que eu já sei que a senhora vem aqui todas as tardes, qualquer dia destes venho aqui para conversarmos mais. Ah! Minha filha, pode vir mesmo, no dia que eu não vier, é porque ou estou doente, ou morri. E caiu na gargalhada. Sofia também riu, levantou-se e foi ao encontro de Morrice. Contou o episódio ao namorado, era por demais inusitado. “Pelo menos ela encontrou algo de útil pra fazer na velhice, ao invés de ficar reclamando de doenças como todo velho brasileiro faz”, disse o francês. Morrice tinha razão, passou mais alguns minutos da tarde pensativa, não queria chegar à velhice estilo “reclamona”. Deu um beijo no namorado e foram até a sorveteria naquele conhecido frio de São Paulo.

9 de setembro de 2009

Veludo & Cacos-de-Vidro

Quando li o este roteiro a primeira impressão que tive foi que tivera cheirado, fumado ou me picado. Quando vi o resultado final do curta me dei conta desta homenagem ao Cinema Marginal. Numa louca e descabida história sobre a ascensão e a queda de uma história de amor, o curta, inteligentemente, centraliza polêmica gerada pelo veto da TVE à exibição no horário de 22:30hs. É um pouco louco e fora da caixa padrão dos cinemas hollywoodianos, mas vale à pena ver.


Prêmios
Prêmio Quanta - Mellhor Vídeo no FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul 2004
Contribuição Técnica e Estética no Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2004
Melhor Vídeo pelo Júri Popular no Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2004


Festivais
Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2004

8 de setembro de 2009

BMW Vermelho

Este curta é uma homenagem ao publicitários da área promocional. Os consumidores que já foram contemplados algum dia com algum prêmio-mico, se identificarão, sem sombra de dúvida. A história de uma família humilde que recebe um verdadeiro presente de grego: um carro de luxo. O detalhe é que o prêmio não pode ser vendido por dois anos. Para piorar a situação, ninguém sabe dirigir. O tempo passa, e o automóvel acaba tendo usos bastante inusitados... Hilário!


7 de setembro de 2009

Animadores

Um dia na vida de um perdedor! Esta é a proposta de Animadores. Alguns podem garantir que esta é a real situação do dia-a-dia de uma animador de festas infantis, outros acham o filme deprê. Entre opiniões tão contraditórias, o melhor que fazemos é assistí-lo.




Prêmios
Prêmio Porta Curtas no Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2008


Festivais
Anima Mundi 2008

6 de setembro de 2009

Solidão

Neste curta, Solidão tem muita verdade e muita loucura circundando os pensamentos de um personagem bastante intrigante e real. "Dizem que a solidão enlouquece..." e a gente pode descobrir se isso é um fato ou não quando tentamos entender este estranho monólogo de um personagem pra lá de solitário.



5 de setembro de 2009

Ana Beatriz

Está ficção sai do óbvio e por isso é maravilhosa. O espectador imagina o tempo todo o que o narrador fala e não o que vê. Bem interessante e com uma pegada única. A história? Ana Beatriz e Paulo Roberto ainda não se conhecem, mas foram feitos um para o outro. E desde cedo o dia promete... ser igual a outro qualquer. O curta foi baseado no conto homônimo de Juliano Cazarré. Participou do último Festival de Curtas de São Paulo e foi premiado como Best Screenplay, 41° Brasília Festival of Brazilian Cinema, Brasília, 2008.

1 de setembro de 2009

Capítulo 16

Pegou o sapato de salto alto colocou, olhou-se no espelho. Achou bonita. Decidiu ir daquele jeito mesmo. Um vestido básico da moda, um casaco e um sapato diferente. Tudo perfeito, disse. Pegou a bolsa e avisou a Mahya que não iria dar tempo de tomar café. Mahya tentou gritar pela filha para que ela levasse algo e fosse comendo no caminho, mas Sofia já estava dentro do carro. Cortou ruas, fez caminho diferentes, avançou alguns sinais e quando parou o carro na garagem do edifício em que tinha a reunião, olhou o relógio. Pontual! Os manobristas disputavam, entre eles, para ver quem abria a porta do seu carro, por puro prazer de sentir o perfume doce daquela bela longilínea. Naquele dia, especialmente, ela estava mais do que charmosa. O perfume de sempre: animale. O trajeto do carro ao elevador mais parecia uma passarela de moda que encantavam a todos que a viam desfilar. A cena era de completo êxtase. Os manobristas se entreolhavam. Sofia se sentia.

A porta do elevador se abriu. Entrou. E como algo imprevisto, um flato veio à tona. Pensou de imediato na recepcionista do seu cliente que outro dia contava nos corredores da empresa aos demais colegas que ao descer o elevador para levar o malote, um homem entrou, soltou uma flatulência e ainda pediu desculpas. A atendente contava indignada para os demais não somente sobre a falta de educação do moço, bem como de ele ter assumido na maior cara de pau tal ato e, pior, de ela ter que agüentar aquele cheiro maldito pelo menos onze andares. Na época, alguns colegas da moça riam da situação, outros repulsavam-na. Sofia que aguardava sentada na recepção ria disfarçadamente de toda aquela história.

Ela pensou em toda aquela situação e, por segundos, rezou para que o elevador não parasse no andar térreo. E se alguém entrasse? Era só o que faltava... Olhou o painel demonstrativo de andares. E, como se os pensamentos atraíssem tal situação, o visor indicava que o elevador iria parar no térreo. O desespero de Sofia foi tão grande que a jovem começou a abanar o ar do ambiente com a mão para que aquele odor se dissipasse. Inexperiente no assunto fez, exatamente, o oposto do que deveria ter sido feito. O fedor espalhou-se e tomou conta do ambiente. A porta se abriu. Não dava mais tempo. Fudeu! Pensou. Entrou um gordinho e logo depois um casal... Sofia se manteve inalterável, como se nada tivesse acontecido. Olhou os andares que eles apertaram no painel. A porta se fechou. Ela era a última a descer. O elevador subia.

O gordinho cafungou como se já tivesse sentido o odor. Ele olhou para Sofia e para o casal. O gordinho voltou a cafungar. Que situação! Ela pensava no que tivera comido no dia anterior. O gordinho começou a encará-la. Sofia desviou o olhar e fixou-se no painel. Lembrou: feijão e repolho. Pensou: cebola também dá gases, precisava parar de comer este tipo de coisa. O elevador continuava subindo. Sofia olhava o visor, contava agoniadamente os andares. Parecia uma eternidade. Seu andar era o último, lembrou. O gordinho cafungou mais uma vez. O fedor era realmente terrível. Ela intacta. O casal se entreolhava. O homem ria, num riso murcho, para a mulher como se já tivesse sacado a situação. O elevador parou. A porta abriu. O gordinho saiu. A porta se fechou. O elevador seguia seu rumo. O rapaz olhou para a moça, sorriu, não se conteve e disse: “É... O gordinho estava podre!”.

Sofia prendeu o sorriso sabe-se lá Deus como. Fingiu que não ouviu o comentário. Coitado do gordo, levou fama sem proveito. Pensou. Cogitou a questão de, nestas situações, em sendo a pessoa gorda, criança ou velha, a fama desse tipo de ato sempre caberia a eles e a ninguém mais. A porta abriu novamente. O casal saiu despedindo-se da elegante Sofia. A porta se fechou e ela quase se matou de tanto rir com toda aquela situação. Por alguns instantes ficou preocupada de soltar um outro deste no meio da reunião com o seu cliente. Resolveu relaxar, pra tudo se tem uma solução. A porta do elevador, enfim, se abriu e o cliente de Sofia já aguardava-a com um sorriso de cabo a rabo. Sofia, você sempre pontual, hein!