31 de dezembro de 2010

Palavrinha ou Palavrão?

Onomatopéia é uma figura de linguagem na qual se reproduz um som com um fonema ou palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem parte deste vasto universo e, não só para crianças, no livro Palavrinha ou Palavrão?, de Karin Sá Rego, encontramos este desvendar fonético. Os personagens Nina e Théo tem sua rotina escrita em versos rimados e cheios de humor. Complementando a narrativa, o livro traz as coloridas ilustrações de Daniel Kondo, que ocupam a página inteira. Vale à pena ter na estante de sua biblioteca particular...

30 de dezembro de 2010

Sophie's Choice

Sophie's Choice (no Brasil chama-se A Escolha de Sofia, 1982) é um drama belíssimo com uma interpretação única de Meryl Streep. A personagem de Sofia tem conflitos que foram trabalhados brilhantemente pela atriz. Memórias e segredos... Na história, que passa em 1947, Stingo (Peter MacNicol), um jovem aspirante a escritor vindo do sul, vai morar no Brooklyn na casa de Yetta Zimmerman (Rita Karin, in memoria), que alugava quartos. Lá conhece Sofia Zawistowska (Meryl Streep), sua vizinha do andar de cima, que é polonesa e fora prisioneira em um campo de concentração e Nathan Landau (Kevin Kline), seu namorado, um carismático judeu dono de um temperamento totalmente instável. Em pouco tempo tornam-se amigos, sendo que Stingo não tem a menor idéia dos segredos que Sofia esconde nem da insanidade de Nathan.

29 de dezembro de 2010

The Kids Are All Right

O belíssimo filme The Kids Are All Right (no Brasil chama-se Minhas mães e meu pai, 2010) é simplesmente imperdível. A estrutura do filme é bem trabalhada, os conflitos são claros e pontuais, os personagens são de uma complexidade e ao mesmo tempo de uma simplicidade absurda e, os diálogos são na medida certa. Um filme com um roteiro inesquecível, diria. Na história, Nic (Annette Bening) e Jules (Julianne Moore) são casadas e dividem um harmonioso lar na Califórnia com seus filhos adolescentes Joni (Mia Wasikowska) e Laser (Josh Hutcherson). Antes de Joni entrar para a Universidade, Laser pede ajuda para encontrar o pai biológico deles, já que os dois jovens foram concebidos por inseminação artificial. Contra a vontade de suas mães, ela entra em contato com o pai (Mark Ruffalo). Os jovens logo se identificam e criam laços com ele. Na medida que o pai começa a fazer parte da vida de todos, um novo e inesperado capítulo se inicia para esta família inusitada e nada convencional. Atentem-se para as interpretações de Annette Bening e Julianne Moore. Vou torcer para as duas estarem no Oscar, com certeza, seria bem merecido!


28 de dezembro de 2010

O Divino, De repente

Bastante inventivo e inteligente este curta que nos traz Divino e seus repentes. Mas, mais do que isso, nos traz Ubiraci Crispim de Freitas que conta sua vida neste documentário animado com ficção experimental. Além do live-action, várias técnicas artesanais de animação compõem o filme: flipbook, desenho animado, rotoscopia, pixilation e stop motion. Uma bela visão do diretor Fábio Yamaji.




Prêmios

2º Lugar - Animação Brasileira - Júri Popular no Anima Mundi 2009
Melhor Animação - Júri Popular no Anima Mundi 2009
Prêmio RTP2 Onda Curta no Curta Cinema 2009
Melhor Animação - Júri Popular no Festival Cinema com Farinha - Festival Audiovisual do Sertão Paraibano 2010
Melhor Filme no Festival do Juri Popular 2010
Melhor Montagem no Festival do Juri Popular 2010
10 Melhores Curtas Brasileiros do Público no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2009
Menção Especial da ABD-SP no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2009
Prêmio Aquisição Porta Curtas no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2009
Indicado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2010
1ºlugar no Mostra de Vídeo de Santo André 2009
Melhor Trilha Sonora no Vitória Cine Vídeo 2009
Prêmio do Júri no Amazonas Film Festival 2009
Melhor Animação 35mm no Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2010
Melhor Curta 35mm no Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2010
Melhor Animação no FestCine Amazônia 2009
Melhor Trilha Sonora no Festival Comunicurtas 2010
Prêmio Especial do Júri no Festival Comunicurtas 2010
Melhor Técnica de Animação no Festival Locomotiva 2010
Melhor Documentário no Festvídeo de Teresina 2009
Melhor Animação no Florianópolis Audiovisual Mercosul 2010
Melhor Filme Experimental no Jornada Internacional de Cinema da Bahia 2010
Melhor Montagem no Mostra Marília de Cinema 2009
Melhor Trilha Sonora no Mostra Marília de Cinema 2009
Indicado no Tampere Film Festival 2010
Menção Honrosa no Mostra Juliette de Cinema 2009
Melhor Curta brasileiro no Mumia - Mostra Udigrudi Mundial de Animação 2010

Festivais

BrasilCine 2010
Bunker Film Festival 2010
Cine Ceará 2010
Dia Internacional da Animação 2010
Festival de Cinema de Maringá 2010
Festival de Cinema de Varginha 2009
Goiânia Mostra Curtas 2009
International Short Film Festival in Dráma 2010
Mostra de Cinema de Tiradentes 2010
Mostra do Filme Livre 2010
Mostra Londrina de Cinema 2009
ANIMAGE - Festival Internacional de Cinema de Animação 2010
ANIMAÍ! - Encontro Baiano de Animação 2010
Cine PE 2010
CineSul 2010
Curta Canoa 2010
CutOut Fest - International Animation Film Festival 2010
Encounters International Film Festival 2010
FaAmFestival - Festival de Animação do Amazonas 2009
Festival Brasil Noar 2009
Festival de Artes Audiovisuales de La Plata - FESAALP 2010
Festival de Cinema de Ribeirão Preto 2010
Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá 2010
Festival de Invierno en Cinemateca Uruguaya 2010
Festival Guarnicê de Cinema do Maranhão 2010
Festival Internacional de Cine Expresión en Corto 2010
Festival Internacional de Cinema de Paraty 2009
Festival Manuel Padeiro de Cinema e Animação 2009
Festival Maranhão na Tela 2009
Krakow Film Festival 2010
MONSTRA Festival de Animação de Lisboa 2010
Mosca - Mostra audiovisual de Cambuquira 2010
Mostra Cinema Conquista 2009
Mostra Curta Pará Cine Brasil 2009
Mostra Livre de Animação Contemporânea 2010
Mostra Outros Cinemas 2010
Mostra Prêmio Estímulo de Curta-Metragem 2009
Santa Maria Vídeo e Cinema 2009
Sem Tabu 2009
Semana Paulistana do Curta Metragem 2010
ABU DHABI Film Festival 2010
Curta Cinemateca Especial 2009
Curta Lençóis - Festival Regional de Cine-Vídeo nos Lençóis Maranhenses 2009
Curta Ourinhos 2009
Curta Taquary 2010
Fenart - Festival Nacional de Artes da Paraíba 2010
Festival de Cinema de Ribeirão Pires 2010
Festival de Cinema de São Carlos 2009
Festival de Cinema de Triunfo 2010
Festival Entre Santos de Trancoso 2009
Mostra Cine Trabalho 2010
Mostra de Cinema de Animação de São Bernardo do Campo 2009
Vira Cultura 2009

27 de dezembro de 2010

O Natal do Burrinho

Dizer que o curta é engraçadinho é a mesma coisa de dizer que não ficou à contento. O burrinho que supostamente levou Jesus um dia em seu lombo, virou estrela. Divirta-se!

24 de dezembro de 2010

Um Cordel de Natal

Em tempos de Natal, que tal relembrar o porque do dia de hoje, desta comemoração em forma de cordel: Um Cordel de Natal. É oportuno chamar as crianças e dividir tal criação: rima, história das boas ao som de uma música pra lá de brasileira. Maravilhoso! Na oportunidade, gostaria de desejar a todos os meus leitores um Feliz Natal com muita saúde, paz, amor e esperança de um mundo melhor.

23 de dezembro de 2010

Gifted hands: The Ben Carson Story

Gifted hands: The Ben Carson Story (no Brasil chama-se Mãos Talentosas - A história de Ben Carson, 2009) traduz a vida e a perseverança de uma mãe negra e seu filho. É um filme de emoção com uma história orgânica e oportuna para se assistir e aprender. Há coragem, conflitos e muita determinação. O filme nos questiona sobre vários temas que concerne a trama. Na história, Ben Carson é um menino pobre de Detroit, desmotivado, que tirava más notas na escola. Mas aos 33 anos, ele se torna o diretor do Centro de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário Johns Hopkins, em Baltimore, EUA. Em 1987, o Dr. Carson alcança ainda renome mundial por seu desempenho na bem-sucedida separação de dois gêmeos siameses, unidos pela parte posterior da cabeça – uma operação complexa e delicada que exigiu cinco meses de preparativos e vinte e duas horas de cirurgia. Sua história é humana e descreve o papel vital que a mãe, uma senhora de pouca cultura, mas muito inteligente, desempenhou e fez a diferença na metamorfose do filho. Um menino de rua e um dos mais respeitados neurocirurgiões do mundo. Uma obra-prima da TV, muito mais que as imagens uma estrutura de história respeitável.


22 de dezembro de 2010

Último Retrato

Último Retrato. Um documentário. Anjos dormindo. Um fotógrafo do século passado se dedicou a fotografar crianças mortas. Um cineasta do século XXI se dedicou a dar vida a elas.



Prêmios

Melhor Edição no Iguacine - Festival de Cinema de Nova Iguaçu 2010
Melhor direção no Festival Comunicurtas 2010
Prêmio Especial do Júri no Festival Comunicurtas 2010
Melhor Documentário no Festival Guaçuano de Vídeo 2010

Festivais

Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2009
Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte 2010
Mostra CINE BH 2010
Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2010
FAM - Florianópolis 2010
Mosca - Mostra audiovisual de Cambuquira 2010
ReCine - Mostra de Cinema de Arquivo 2009
Fest Cine Aruanda 2010

20 de dezembro de 2010

The Giving Tree


O livro The Giving Tree (que no Brasil foi traduzido como A Árvore Generosa) de Shel Silverstein é doce e cheio de razão de ser. E não é para menos, nos traz a história da relação de um menino com uma árvore até que ele se torne velho. Lindo, surpreendente em sua essência. Um oportuno presente de Natal. No curta abaixo, o próprio Silverstein nos conta a história que ele criou.




19 de dezembro de 2010

School Ties


School Ties (Código de Honra, 1992) é um típico filme americano com boa produção. Conflitos e pontos de virada na hora marcada, nada que surpreenda, mas, dentro da fórmula proposta foi aclamado no passado e dá para entreter. Além do mais podemos ver as beldades, ainda jovens, Bredan Fraser, Matt Damon, Ben Affleck e Chris O' Donnell. Na história, depois de conseguir uma bolsa de estudos em uma tradicional escola, David Greene, um jovem de classe operária, torna-se o melhor atleta e desperta o interesse de uma bela debutante. Mas a amizade dos novos colegas termina, quando um estudante revela o segredo que David tentou esconder: ele é judeu. Um conflito maravilhoso, diria! Assim, David precisa dar o passo mais importante de sua vida, que vai influenciar a vida de muitos e mudar para sempre o rumo de seu futuro.

18 de dezembro de 2010

A Distração de Ivan

O premiadíssimo curta-metragem de 2009, A Distração de Ivan é cativante, até mesmo pelo olhar do menino. A bola, o brinquedo, a bicicleta e mais a inquietude da infância suburbana. Ivan é um menino de 11 anos. Ele vive com a avó e em meio ao seu cotidiano de brincadeiras e brigas com os amigos, ele vai amadurecendo.



Prêmios

Melhor Trilha Sonora no Cine PE 2009
Melhor Curta de Ficção no Festival Audiovisual Visões Periféricas 2009
Melhor Ator no Festival de Cinema de Canoa Quebrada 2009
Melhor Edição de Som no Festival de Cinema de Santa Maria 2009
Melhor Curta de Ficção no Amazonas Film Festival 2009
Melhor Trilha Sonora no Curta Cabo Frio 2009
Melhor Edição no FAM - Florianópolis 2009
Melhor Curta 35mm no Festival de Cinema de Cascavel 2009
Melhor Curta pela ABD e C no Festival de Triunfo 2009
Menção Honrosa no PUTZ 2009

Festivais

BRAFFT - Festival Brasileiro de Filmes em Toronto 2010
Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2009
Festival de Cannes - Semaine de La Critique 2010
Festival de Havana 2010
Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2009
Goiânia Mostra Curtas 2009
Iguacine - Festival de Cinema de Nova Iguaçu 2009
Mostra de Cinema de Ouro Preto 2009
Mostra de Cinema de Tiradentes 2010
Cachaça Cinema Clube 2009
Cine Cufa 2010
CineFest Votorantim 2009
Festival de Cinema na Floresta 2009
Festival de Ribeirão Preto 2009
Festival REC - Vitória - ES 2009
Mosca - Mostra audiovisual de Cambuquira 2009
Mostra Marília de Cinema 2009
Mostra Cinema Conquista 2009
Subúrbio em Transe 2009
Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2009
Mostra PUC-Rio 2009
Perro Loco 2009

17 de dezembro de 2010

Irina Palm

Numa produção da Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Inglaterra, o filme Irina Palm (2007) é um drama recheadíssimo de conflitos. Com uma idéia pra lá de original, o filme tem uma boa estrutura de roteiro e uma sensível direção de Sam Garbarski. Além do que, coloca o dedo num assunto que dá pano pra manga. Maggie (Marianne Faithfull) é uma viúva em torno dos 50 anos, que precisa conseguir dinheiro para pagar o caro tratamento médico de seu neto. Desesperada, ele vagueia pelas ruas do Soho londrino até encontrar um aviso na porta do clube privê Sexy World, que diz que procura uma "recepcionista". Decidida, Maggie se apresenta para a vaga e consegue o emprego. Sem muitos atrativos físicos, mas com a ajuda da colega Luisa (Dorka Gryllus) a vovó aprende as manhas da profissão, tornando-se a sedutora Irina Palm. Rapidamente ela se torna a estrela mais lucrativa e procurada do clube, mas sua vida dupla gera desconfiança de seu filho e as fofocas dos vizinhos. O final é surpreendente. A trilha sonora é de se chamar a atenção. O filme como um todo é imperdível!

16 de dezembro de 2010

Capítulo 24

José batia ritmicamente a ponta do lápis na mesa sem ao menos se dá conta de que estava irritando Laura. Laura delicadamente colocou a mão dela sob a mão dele e José, sem titubear, foi logo pedindo desculpas. Porque Sofia está demorando tanto, Laura? Realmente não era o feitio de Sofia se atrasar aos compromissos com José, mas daquela vez não dependia apenas dela. “Deve estar na entrevista do consulado americano”. José olhou para Laura e ficou pensando que tipo de jornal, revista ou TV estava entrevistando a amiga estilista. Depois de muito tempo elaborando o pensamento, ele mandou um “É da Globo ou SBT?” Laura gargalhou. De onde você tirou isso moleque?

Sofia abriu a porta e, então, foi pendindo desculpas para o garoto pelo seu atraso e quis saber o motivo de tamanha gargalhada de Laura. Depois de saber o que era o consulado americano e o motivo da entrevista de Sofia por lá, José começou a fazer uma batelada de perguntas para a jovem na tentativa de saciar sua curiosidade...Mas onde fica os Estados Unidos? É muito distante daqui? E porque você precisa ir pra lá? Mas aqui não tem este curso de moda? Você vai ficar lá muito tempo? Nossa, é muito tempo, eu vou poder ir te visitar? Eles falam português? Não?! E você fala inglês também? E como é o inglês? Ah! Então são aqueles nomes esquisitos que a gente vê em algumas propagandas de rua, não é? Eu acho que eu também sei falar inglês, Sofia, você quer ver? “Yééés... Noou”. Sofia podia passar horas naquela conversa com José, mas foram interrompidos por um grito de quase horror que vinha da parte de cima do escritório. Mas que diabos é isso? O grito era continuo. O grito de Carlinhos faziam os três pelo olhar se perguntarem o que estaria acontecendo com o arquiteto.

Laura pensou que pudesse ter sido um ladrão, mas não ouviram tiros e nem ninguém correndo. José ficou sem entender porque um homem daquele tamanhão gritara, mas depois desistiu do pensamento, pois no seu conhecimento sabia que Carlinhos por livre arbítrio não era homem. Sofia foi a única que não pensou nada, apenas num rompante subiu as escadas correndo para ver o que acontecia com o amigo. Assustados, José e Laura seguiram Sofia para também ver o que tinha acontecido e, ao chegar na sala do sócio, os três encontraram uma cena hilária. Carlinhos em cima da mesa olhando aterrorizado para uma pequena largatixa no chão. A largatixa encarava Carlinhos e às vezes balançava a cabeça, talvez filosofando de toda a situação em que se encontrava ou, talvez prestando atenção para ver qual seria a melhor hora de correr de toda aquela cena em que foi se meter. Mas quando fazia o mínimo de movimento seja com a cabeça ou com o rabo ouvia-se gritos de horror aterrorizado do amigo. Ele realmente estava aterrorizado. Na visão de Carlinhos, a largatixa não era uma largatixa, mas sim um enorme crocodilo. O nojo daquele bicho gosmento e mole com olhos pretos e ameaçadores não lhe deixavam raciocinar. Sofia começou a gargalhar, mas Carlinhos com o seu pavor tratou de repreendê-la e pediu que alguém tirasse aquele monstro dali.

José se sentindo um super-homem partiu para cima da largatixa e pegou num rompante ela pelo rabo. Ninguém acreditou. Larga isso José, tá louco?! Isso é nojento... Avisava Sofia surpresa pela atitude do moleque. Laura correu para o banheiro para pegar um papel higiênico. Para que você quer isso Laura? José já pegou o bicho com a mão. Enquanto as duas discutiam o destino da largatixa, José esperava a decisão segurando a mesma e Carlinhos gritava para tirarem ela de perto dele. Já que ninguém chegava a uma conclusão, José abriu a janela e jogou a bicha pelo lado de fora. A largatixa caiu no quintal em cima da mesa e depois saiu correndo seguindo o seu próprio destino. Mais de uma semana depois de cada um seguir seu rumo na vida, Carlinhos ainda não frequentava o quintal com medo que a ameaça daquele bichano voltasse a amedontrá-lo. Vai saber...

15 de dezembro de 2010

Cloudy Meatballs

A intenção e idéia do filme Cloudy with a Chance of Meatballs (no Brasil chama-se Tá Chovendo Hamburguer, 2009) é até boa, mas a identificação do espectador com o personagem principal deixa a desejar. Você não é pego nos primeiros minutos e, se vacilar, termina o filme e você fica se perguntando porque assistiu ele. Mas, considerando que é uma animação para o público infantil dá para se entreter, mesmo que com algum custo. Na história, um jovem cientista com ótimas intenções tenta acabar com a fome no mundo. Na cidade de Chewandswallow, tudo parece perfeito quando começa a chover sopa, nevar purê de batatas e vem uma tempestade de hambúrgueres. O cientista só não imaginava que isso iria causar um problema de proporções globais. A animação foi uma adaptação do livro infantil escrito por Judi Barrett e Ron Barrett.


14 de dezembro de 2010

O Corpo Fala



Um livro escrito por mulheres, maioria delas escritoras, em uma espécie de tom de desabafo à banalidade e a ditadura da industrial da beleza. O Corpo Fala de Patricia Foster trata-se de contos reais, contos simbólicos. Visões perfeitas e muitas vezes interessante de enxergar o corpo através de nossas atitudes para com a vida. Alguns com um tom pra lá de feminista, outros por deveras engraçados e ainda uns outros dramáticos, mas a maioria verídicos em sua essência. Você pode não se apaixonar pelo livro no começo, mas dê um tempo para depois você perceber a beleza das entrelinhas, pois vale à pena a leitura.

13 de dezembro de 2010

Rock Balboa

Por muita insistencia re-assisti a Rock Balboa (2006) e hoje, com um novo olhar para o cinema, para minha surpresa, encontrei nele algumas cenas que fazem o filme relevante e alguns diálogos que o torna inesquecível, principalmente no que diz ao relacionamento entre pai e filho. Na história, Rocky (Sylvester Stallone) é dono do restaurante Adrian's e passa as noites contando aos clientes histórias de sua época de lutador. Rocky Jr. (Milo Ventimiglia), seu filho, não dá muita atenção ao pai, preferindo cuidar de sua própria vida. Sua vida muda após uma simulação de computador colocar Mason Dixon (Antonio Tarver), o atual campeão mundial dos pesos pesados, enfrentando Rocky em seu auge. Dixon é um lutador muito técnico, mas sem alma. A simulação faz com que o agente de Dixon resolva realizar a luta, oferecendo a Rocky uma nova chance de voltar aos ringues.




12 de dezembro de 2010

Viagem de Volta

Viagem de Volta é um curta com um idéia interessantíssima. Ele fala da rotina de uma aeromoça aposentada. Uma rotina feliz, mas cheia de saudades. Vale à pena dar uma espiadela.


Prêmios

1º Lugar na Categoria Ficção no Curta Criativo 2010

11 de dezembro de 2010

Lola Montès


Um clássico é sempre um clássico, mas para entender melhor a película Lola Montès (1955) numa produção da França, Alemanha e Luxemburgo, seria interessante saber quem foi esta mulher tão mal falada. Lola Montès cujo verdadeiro nome era Eliza Rosanna Gilbert foi uma bailarina e atriz nascida na Irlanda que no final de sua adolescência ao tomar consciência dos proveitos financeiros que poderia arranjar como cortesã, tornou-se amante de homens ricos e poderosos. Foi célebre como bailarina exótica, cortesã e amante de Franz Liszt, Alexandre Dumas (o filho) e Luís I da Baviera sob o nome de Lola Montès. Este último a fez Condessa de Landsfeld. Com uma vida como estas, a personagem só poderia tornar-se um filme com o nome da mesma. A película foi estruturada entre uma "apresentação-julgamento" de Lola no circo e acontecimentos paralelos de sua vida. Uma bela produção combinando com cores dramáticas e uma fotografia acertiva. Uma obra prima dada a produção da época.

10 de dezembro de 2010

Cidadão Instigado

A banda de rock brasileira Cidadão Instigado mostra personalidade em cada som que compõe e toca. Fazendo um rock influenciado pela música nordestina, pelo rock dos anos 1970 e pela música romântica "brega" brasileira, ela já está em seu terceiro álbum chamado UHUUU! Nele, conta com a participação de Arnaldo Antunes. O projeto UHUUU! foi produzido pela própria banda e Cidadão Instigado foi um dos vencedores do Prêmio Pixinguinha, contando com o patrocínio da Funarte. Vale à pena conhecer.




9 de dezembro de 2010

Depois de tudo

O curta-metragem Depois de tudo do jovem diretor Rafael Saar com Nildo Parente e Ney Matogrosso é de uma sensibilidade tamanha que se despi muito mais em ações do que em diálogos. Para um casal, depois da despedida, sempre a espera. Depois da espera, a volta. Depois de tudo, o que mais eles querem é estar juntos e um dia basta para esperarem pelo próximo. Os personagens não são esteriótipados e este é um dos inúmeros segredos da película. Lindo!



Prêmios

Melhor Desenho Sonoro no Close - Festival Nacional de Cinema da Diversidade Sexual 2010
Melhor Ator no Emcurta - Festival Universitário de Curtas-metragens da UNIGRANRIO 2009
Melhor Ator no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2008
Melhor Desenho Sonoro no Festival de Cinema da Diversidade Sexual - For RainBow 2008
Melhor Roteiro no Festival de Cinema da Diversidade Sexual - For RainBow 2008
Melhor Interpretação no Festival Mix Brasil de Cinema e Video da Diversidade Sexual 2008
Melhor Filme Estrangeiro no UNCIPAR - Jornadas Argentinas de Cine y Video Independiente 2010
Melhor direção no Fest ARUANDA do Audiovisual Universitário Brasileiro 2009
Destaque em Construção Narrativa no Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2009

Festivais

Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2009
FancineGay - Festival de Cine Gay y Lésbico de Extremadura 2010
Festival de Curtas de São Paulo 2009
Festival do Juri Popular 2010
Festival do Rio 2009
Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2009
Festival Mix di Milano 2009
Janela Internacional de Cinema do Recife 2009
Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira 2009
Festival Internacional de Cinema de Itu 2010
Gay and Lesbian Film Festival of Tel Aviv 2009
Hamburg Gay & Lesbian Film Festival 2008
International LGBTI Film Festival 2010
Lesbian and Gay Film Festival Hanover 2009
Llamale H - Festival Internacional de Cine sobre Diversidad Sexual y de Género 2010
London Lesbian and Gay Film Festival 2009
Madrid International LGBT Film Festival 2009
Melbourne Queer Film Festival 2010
Munich International Festival of Film Schools 2009
Reel Afirmations - The Nations LGBT Film Festival 2009
The Barcelona International Gay & Lesbian Film Festival 2010
Thessaloniki International Short Film Festival 2010
Torino GLBT film Festival 2010
ZINEGOAK - Festival Internacional de Cine Gay-Lesbo-Trans de Bilbao 2009
Mostra Miau 2009
Perro Loco 2009

8 de dezembro de 2010

Carolina

Quem disse que a comédia romantica Carolina (2003) é uma película só para relaxar e não pensar em nada está enganado. Apesar da trama leve, até mesmo pelo próprio gênero de filme que está inserida, tem muitos conflitos e personagens fundamentais. Carolina Mirabeau (Julia Stiles) é a mais velha das três irmãs criadas pela avó, a excêntrica Sra. Mirabeau (Shirley MacLaine). Carolina tenta se livrar das lembranças da complicada infância, quando seu pai vivia bêbado e ela ainda costumava freqüentar bares à noite com a avó. Até que rebela-se com tudo e com todos, conseguindo assim se transformar em uma pessoa "normal" para a sociedade. A jovem decide morar em Los Angeles e arruma um emprego em um programa de televisão. Seu vizinho, Albert (Alessandro Nivola) é um grande amigo, mas o que ela precisa agora para completar a sua felicidade é de um homem perfeito para se casar.



7 de dezembro de 2010

L'intrus


O francês L'intrus (2004) de Claire Denis é uma película lenta, mas cheia de conflitos. Louis Trebor (Michel Subor) é um homem de quase 70 anos que vive sozinho com os cães na floresta perto da fronteira franco-suíça. Ele tem problemas de coração e por isso precisa de um transplante. Irônico, pois com o coração vai em busca de um filho desejado anos antes, no Taiti. Louis é insensível ou insensível é o seu coração? Uma película com uma alma feminina, acima de tudo. Atenção para a trilha sonora...

6 de dezembro de 2010

I'm Sam

O filme I am Sam (no Brasil chama-se Uma Lição de Amor, 2001) é humano, mas acima de tudo emociona o espectador. O roteiro é bem escrito e a direção é impecável. Sam Dawson (Sean Penn) é um homem com deficiência mental que cria sua filha Lucy (Dakota Fanning) com uma grande ajuda de seus amigos, também deficientes mentais. Porém, assim que Lucy faz 7 anos, ela começa a ultrapassar intelectualmente o pai, e esta situação chama a atenção de uma assistente social que quer Lucy internada em um orfanato. A partir de então Sam enfrenta um caso impossível de ser vencido por ele, contando para isso com a ajuda da advogada Rita Harrison (Michelle Pfeiffer). Rita só aceita o caso como um desafio aos seus colegas de profissão. Os conflitos de cada personagem é bem delineado. A atuação de Sean Penn é impecável e Dakota Fanning cativa o público.


2 de dezembro de 2010

Lula, o Filho do Brasil


O livro biográfico Lula, o Filho do Brasil, da jornalista Denise Paraná, narra a trajetória de vida de Luiz Inácio Lula da Silva, desde o nascimento até chegar a ser o atual presidente da República do Brasil. A autora se baseou em cinco entrevistas com o próprio Lula e 14 entrevistas com seus familiares e amigos. Tenho que confessar que ao ler o livro, achei Dona Lindu, mãe de Lula, um personagem muito mais interessante do que ele, sem sombra de dúvidas. Deixando um pouco a politica de lado, o livro são relatos frios sem muita emoção, apesar de que a história é rica em fatos interessantes que poderiam sim tocar o coração do leitor. Algumas passagens até marcantes e engraçadas, como no caso de uma nordestina que acolhida pela familia de Lula, ao chegar em São Paulo conversava com a própria imagem no espelho, pensando que o que via em sua frente fosse uma outra pessoa, pois não estava acostumada a se ver em tal objeto. Para uma biografia, faltou mais detalhes e mais emoção, inclusive da própria tragetória do personagem principal. Senti que em várias partes importantes da vida dele e suas conquistas não foram contadas. Mas, como efeito curiosidade, vale à pena ler, apesar de o livro ser mediano em sua escrita. O livro recebeu uma adaptação cinematográfica com mesmo nome, sendo produzida por Luiz Carlos Barreto e dirigida por Fábio Barreto.

1 de dezembro de 2010

Tropa de Elite (1 e 2)

Com todo respeito ao Bráulio Mantovani e José Padilha, se eu os encontrasse hoje daria-lhes um enorme beijo pelos Tropa de Elite 1 e 2 (2007 e 2010). Primeiro porque construiram uma história e, principalmente um personagem que virou uma unanimidade nacional. Aprenderam com os erros do primeiro longa, melhoraram consideravelmente em todos os sentidos e fizeram do segundo uma obra prima. Em tempo, e oportunamente, deu uma chacoalhada nos ânimos dos brasileiros que estavam tão desacreditados na polícia (de forma geral) e na política. E ainda estão, mas agora, talvez com um pouco mais de consciência. Wagner Moura como capitão nascimento é, diríamos, um caso à parte. Já declarei por diversas vezes aqui neste blog o meu respeito pelas atuações deste profissional. Tudo em que ele está metido é bom, ele tem uma capacidade tamanha de reinventar e crescer qualquer personagem. O próprio Mantovani já declarou aos quatro cantos do mundo que "Wagner Moura surpreende cada vez mais, indo além do texto". Exatamente por isso ele conseguiu transformar o pequeno Capitão Nascimento no Tropa de Elite 1 para personagem principal em Tropa de Elite 2. Quer maior prova de talento do que isso? Para quem não sabe, no Tropa 1, Mathias (André Ramiro) era o principal personagem e o Capitão Nascimento era mais um narrador. Mas Wagner reverteu os papéis com seu talento e a equipe topou tal mudança. A ousadia realizada sem regravação de cena, apenas com offs reescritos, fez do Capitão Nascimento um dos protagonistas mais bem-sucedido e conhecido da história do cinema brasileiro. No Tropa 2, o roteirista optou por explorar todas as contradições do Nacimento levando-o ao seu limite. E funcionou. No Tropa 2 está mais claro a construção do personagem com seus dramas, conflitos profissionais e pessoais do que no Tropa 1. Na história de Tropa de Elite 1 mostra o dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do BOPE que quer deixar a corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente dois amigos de infância se tornam policiais e se destacam pela honestidade e honra ao realizar suas funções, se indignando com a corrupção existente no batalhão em que atuam.



Já no Tropa de Elite 2, Nascimento, agora coronel, foi afastado do BOPE por conta de uma mal sucedida operação. Desta forma, ele vai parar na inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Contudo, ele descobre que o sistema que tanto combate é mais podre do que imagina e que o buraco é bem mais embaixo. Seus problemas só aumentam, porque o filho Rafael (Pedro Van Held) tornou-se adolescente, Rosane (Maria Ribeiro) não é mais sua esposa e seu arqui inimigo Fraga (Irandhir Santos) ocupa posição de destaque no seio de sua família. Na película, o Estado contribui para a violência urbana, administrando muito mal as instituições que deveriam coibi-la, como o sistema prisional, os educandários para pequenos criminosos e as polícias. O tema está mais perto da política. Padilha disse que tentou fazer um cinema que comentasse a violência urbana atravéz da sua dramaturgia, e não por meio de metáforas ou de discursos intelectualizados. Eles conseguiram!





29 de novembro de 2010

The Miracle Worker


O clássico de 1962 The Miracle Worker que no Brasil chama-se O Milagre de Anne Sullivan é delicado, sensível e tem uma história que fala de persistência e superação com um roteiro impecável. Aqui, eu não posso deixar de destacar as atuações das atrizes Anne Bancroft e Patty Duke, principalmente esta última que dá um show de interpretação até mesmo pela própria idade que tinha e o personagem que tivera que desenvolver. Não é por menos que ambas ganharam os Oscar de Melhor Atriz e de Melhor Atriz Coadjuvante respectivamente. A curiosidade é que Anne Bancroft, já falecida, só tinha feito papéis como coadjuvante até que se revelou nesta película como atriz principal. E Patty Duke, em 1979, atuou como Annie Sullivan em uma produção para TV com o mesmo nome do filme. Curiosidades à parte, na história temos a incansável tarefa de Anne Sullivan, uma professora que com seus dramas particulares e métodos nada ortodoxos tenta ensinar a garota cega, surda e muda Helen Keller a se adaptar e entender um pouco a vida que a cerca. Lógico que o trabalho não poderia ser tão fácil, a garota além de mimada pelos pais, sempre foi tratada como um animal. Para realizá-lo, ela entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha sem nunca terem lhe ensinado algo nem lhe tratado como qualquer criança. Aliás, diria também que os personagens dos pais foram bem construídos e são orgânicos. Um belo drama que, por irônia ou não, me faz lembrar e filosofar sobre os diversos sons da vida.

28 de novembro de 2010

A Ostra e o Vento

Que tal relembrarmos um pouco do cinema nacional com um dos filmes mais poéticos dos últimos tempos, seja pela sua história e ainda seja pelas brilhantes atuações. Aliás, atuações pra lá de impecáveis com um elenco escolhido a dedo pelo diretor Walter Lima Jr.: Lima Duarte, o saudoso Fernando Torres, Leandra Leal, Debora Bloch, Castrinho e Floriano Peixoto. Aliás, um destaque aqui para Leandra Leal que neste filme foi premiada por sua interpretação nacionalmente e internacionalmente. Atuação valorosa, diria. A Ostra e o Vento (1997) nos conta a história da jovem Marcela que vive com seu pai, o faroleiro José e o velho Daniel numa ilha. O único contato da menina com o mundo exterior se dá através de uma embarcação com 4 marinheiros que regularmente vai levar-lhes provisões. Através das palavras de Daniel, que a ensina a ler e sua fonte de ternura e conhecimento, e da severidade do pai, que quer protegê-la do resto do mundo, Marcela segue sua vida até que, ao tornar-se adolescente, passa a sentir sua sexualidade e seus anseios de viver de forma intensa. Com uma estrutura clara e precisa, o filme tem conflitos fortes, personagens complexos e bem construídos. Além das atuações, tenho que destacar aqui a adaptação do roteiro, fotografia e a direção. As passagens de cena do passado e presente foram feitas com primazia. Não é à toa que a película ganhou tantos prêmios, tais como, Melhor atriz (Leandra Leal) no Festival de Cinema Brasileiro de Miami 1998 (EUA); Prêmio do Público, Prêmio Especial do Júri (Fernando Torres), Fotografia, Melhor Direção, Melhor Montagem e Melhor Filme no Festival do Recife 1998; Melhor fotografia, filme e atriz revelação (Leandra Leal) no Troféu APCA 1998; Prêmio CinemAvvenire no Festival de Veneza 1997 (Itália)e; Troféu Don Quixote no Festival International de Films de Fribourg 1998 (Suíça).

26 de novembro de 2010

Capítulo 23

Passada algumas semanas, no meio de tanta correria com a solicitação de visto de estudante, busca de curso de moda em Nova Iorque, Sofia resolveu parar e ligar para Marcos. Preciso dar uma relaxada... Do outro lado da linha, Marcos atendia ofegante, mas parou quando ouviu o sonoro “Oi, Marcos, é Sofia. Tudo bem? Estou atrapalhando alguma coisa?”. É lógico que Sofia com a mente poluída que tinha, só podeia pensar besteiras, achando que o rapaz estivesse entretido em alguma atividade física mais interessante. Marcos parou de andar de skate e riu. “Lógico que para minha Deusa eu tenho todo o tempo do mundo”. Sofia arregalou os olhos. “Deusa?!”. Mas que coisinha mais brega. É óbvio que ele tinha que ter algum defeito, mas enfim, suspirou e caíu na real. Pensou: ok, Sofia, você só está interessada no corpo dele e ele no seu. Então, pára de buscar o homem perfeito e vai curtir um pouco... Marcaram um encontro, que ela entitulou carinhosamente de “O encontro do abate”, sem luz de velas ou muita cerimônia, mas eficiente.

O encontro teria sido perfeito, se não fosse um porém. No meio do rala e rola, Sofia, sem cerimônias, deixou escapar um peido. “Ai, que horror!!! Jesus Cristo, que merda...E agora?”. Ficou com os olhinhos revirando pensativa no que iria fazer. Marcos, muito delicadamente, fingia não saber o que estava acontecendo, mas sabia exatamente o que se passara. Como ele não falou nada e a flatulência não tinha odor, ela resolveu fingir que nada tinha acontecido e foi em frente com a brincadeira sexual.

Marcos parou o carro em frente a casa dele e caminhou com Sofia até a casa dela. Sofia podia ouvir os latidos de Brasileiro dentro de casa. Brasileiro era ciumento e, ao perceber a presença do rapaz do lado de fora, incontrolado, corria de um lado para o outro de casa latindo alto. Ia acordar os vizinhos. Sofia não queria que soubessem da aventura dela com Marcos. Brasileiro sou eu, calma. O latido ia diminuindo aos poucos quando o cão sentiu o cheiro de sua dona. E, então, sem menos esperar, Marcos roubou um beijo de Sofia. Ah! Tá bom, agora só falta ele pegar na minha mão...pensou. Mas o beijo estava gostoso, diferente, amaciava sua boca, então, ela achou por bem deixar rolar. E, então, Marcos, mesmo com aquele jeito de meninão envergonhado, olhou nos olhos de Sofia e pegou na mão dela. “Quando vamos nos ver?”. Ai, meu Deus, a coisa já tá querendo ficar séria... Sofia suspirou fundo e apenas respondeu para ele um “quando der”. A desilusão na cara de Marcos era visível. Então, ela para se sentir menos vilã na história, disse um “ou quando você quiser”. Ele sorriu, um sorriso disfarçado. E Sofia emendou: escuta, Marcos, daqui há um mês eu tô indo viajar. Vou passar um ano fora. Não seria prudente nos comprometermos com algo agora... Marcos apenas concordou com a cabeça e saiu. Eles não falaram mais nada um para o outro. Sofia entrou em casa e fez festa para Brasileiro. Ela parou por alguns segundos e se questionou se tinha sido muito fria e direta com o rapaz...mas imediatamente, preferiu responder a si só que não, que apenas tinha sido sincera e honesta, coisa que Morrice não o tinha. Putz, aquele cara de novo nos meus pensamentos...Preciso rezar! Sofia foi para o quarto trocou de roupa e rezou antes de dormir.

25 de novembro de 2010

Conversa sobre terapia

O livro Conversa sobre terapia de Bilê Tatit Sapienza é envolvente. Numa linguagem fácil , a autora nos transporta para consultórios psicoterapêuticos e numa profunda meditação filosófica nos envolve sobre o assunto: a cerca deste oficio de trabalho, da relação entre paciente e terapeuta, bem como da responsabilidade deste tipo de terapia. Ela, simplesmente, nos enlaça de forma clara e direta. É como se todos os sentimentos tivessem o direito de frequentar tal sessão literária. Sessão mais do que cultural, diria. O tom de intimidade alcançado pela autora é singular, o que, aliás, deixa qualquer leigo entrar e sentir-se à vontade nas entrelinhas de Bilê. É um livro para uma sentada, quando você se atenta, percebe que já terminou de lê-lo. Não precisa ser um expert para se deliciar nas 160 páginas deste. Vale à pena.

24 de novembro de 2010

The Last King of Scotland

The Last King of Scotland (no Brasil chama-se O Último Rei da Escócia) é um filme e tanto. Uma excelente estrutura, bons diálogos e um grande argumento. Sem contar com a fotografia e direção. Ma-ra-vi-lho-so! Ou seja, em outras palavras, parada obrigatória para os cinéfilos. Nicholas Garrigan (James McAvoy) é um jovem médico escocês, que deixou recentemente a faculdade e decidiu ir para Uganda em busca de aventura, romance, alegria, e, obviamente, por poder ajudar um país que precisa muito de suas habilidades médicas. Após uma espécie de comício, Nicholas é solicitado para assistir o líder recém-empossado do país Idi Amin (Forest Whitaker), que sofreu um acidente quando atropelou uma vaca com seu Maserati. Nicholas consegue dominar a situação, o que muito impressiona Amin. Obcecado com a cultura e a história da Escócia, Amin se afeiçoa a Nicholas e lhe oferece a oportunidade de ser seu médico particular. Com esta oferta, Nicholas irá descobrir um dos mais terríveis ditadores da África. Um filme incomum. A atuação de Forest Whitaker dá um toque especial a película.


23 de novembro de 2010

The Town

Não é a primeira vez que Ben Affleck dirige um filme, mas em The Town (que no Brasil é chamado de Atração Perigosa, 2010), ele mandou muito bem, podemos afirmar. O filme, que apesar do título ridiculo, trata-se de uma adaptação do romance The Prince of Thieves, de Chuck Hogan e fala dos assaltos a banco que acontece no bairro de Charlestown. Aliás, como curiosidade, neste bairro, todo ano mais de 300 assaltos a banco acontecem em Boston. uma marca ínacreditável. Um destes assaltos é comandado por Doug MacRay (Affleck), um líder de um grupo de inescrupulosos assaltantes de banco, que se orgulham de roubar tudo o que querem e sair impunes. A única família que Doug conhece são seus parceiros de crime, especialmente Jem (Jeremy Renner), que, apesar do seu temperamento perigoso e explosivo, é alguém que Doug pode chamar de irmão. Aliás, diria que um personagem maravilhoso e muito bem construído! Mas como o destino prega peças, tudo muda no último trabalho da gangue. Ao fazerem a gerente de banco Claire Keesey (Rebecca Hall) de refém, acabam por descobrir que ela mora em Charlestown. Jem, então, se enfurece e resolve descobrir o que ela pode ter visto durante o assalto, mas Doug assume o comando. Ele procura Claire, e os dois avançam num relacionamento com muita paixão, e, então, ele decide deixar o crime. Do outro lado, John Hamm (ele fez Mad Man) é o agente do FBI que caça os ladrões. O roteiro foi escrito pelo próprio Affleck baseado numa primeira versão de Peter Craig e Hogan. O filme é um pouco longo, mas bom. Tem ação, conflito, drama...um pouco de tudo.


22 de novembro de 2010

Diana Ross


Diana Ross esteve ontem no Hard Rock Live na Florida para mostrar porque veio ao mundo. E cantou! Aos 66 anos, a Diva não só cantou, mas encantou todo o seu público, a maioria já com alguns cabelos brancos à vista, que remexiam-se seus corpos revivendo os maiores sucessos dela da década de 80. Um arraso! Uma voz belíssima com figurinos encantadores e luxuosos. Diana estava em excelente forma, diga-se de passagem. A banda, sejamos justos, foi um show à parte. Uma noite maravilhosa, tudo perfeito. Quando ela for ao Brasil, não hesite, faça-se presente e divirta-se muito.

20 de novembro de 2010

The Princess and the Frog


Em The Princess and the Frog (2009, no Brasil A Princesa e o Sapo) é a primeira película da Walt Disney Pictures que tem uma personagem negra como protagonista. Com um pouquinho de clichê e todas as regras para se escrever um roteiro da Disney, a história de amor de Tiana é ambientada na lendária cidade de Nova Orleans. Musicada, a película, traz os místicos pântanos da Louisiana e às margens do poderoso rio Mississippi um crocodilo cantor, com toques de vudu e os encantos da cultura Cajun. A princesa e o seu futuro amor irão construir sua história de amor como sapos para, depois, virarem seres humanos e concretizarem o verdadeiro amor. O roteiro não tem nenhuma surpresa que o faça grande a ponto de considerarmos ele um filmaço, a não ser o fato da protagonista ser negra. Mas dá para divertir, com certeza, principalmente as crianças. A trilha sonora é excelente, mas o fato de remeter a Nova Orleans, berço do Jazz, não esperaríamos algo diferente. Então, fica aqui a dica para o final de semana.

19 de novembro de 2010

El Crimen del Padre Amaro

El Crimen del Padre Amaro (2002) é uma película mexicana baseada e muito bem adaptada à novela de Eça de Queiroz que no Brasil chama-se O Crime de Padre Amaro. A estrutura da história é magnifica, algo bem com a cara do romancista português. A adaptação da história foi tão bem feita e tão acertiva que fez do filme um dos destaques do cinema mexicano. Fora isso, as atuações e trilha sonora são muito bem resolvidas. O jovem padre Amaro (Gael García Bernal) é ordenado e em breve irá para Roma continuar seus estudos, graças à boa relação que mantém com o bispo. Antes, ele deve trabalhar em uma paróquia de uma cidadezinha chamada Los Reyes para atuar sob as ordens do padre Benito (Sancho Gracia). Um vigário, diria, que aparentemente vive uma existência corrupta e contraditória. Amaro conhece a linda e devota Amelia (Ana Claudia Talancón), filha de Sanjuanera (Angélica Aragón), dona do restaurante mais importante da cidade e, também, como nada é perfeito, amante do padre Benito. Diante do mundo real, ele é confrontado com a hipocrisia da Igreja, que condena as guerrilhas mas convive com chefes do tráfico de drogas. Muito drama e conflitos de deixar qualquer cinéfilo de boca aberta. É um filme com parada obrigatória.


18 de novembro de 2010

Winter's Bone

O filme Winter's Bone (2010), ainda sem nome e data definida para chegar ao Brasil, ganhou o último Festival de Sundance com duas premiações: melhor filme dramático e melhor roteiro. E não é para menos, o roteiro é bem escrito e a personagem principal, que é interpretada por Jennifer Lawrence, é bem construída e seus conflitos são bem embasados. A película fala sobre uma intrépida adolescente em Ozark Mountain, Ree Dolly, que ao procurar seu pai desaparecido entra no perigoso terreno social do tráfico de drogas. E não é para menos, seu pai era um traficante. Sem muitos clichês sobre o assunto, o filme mostra muito mais a força e a perseverança desta jovem de 17 anos que além disso, tenta manter sua família intacta: dois irmãos pequenos e a mãe doente. Dizem as más linguas que, depois de Toy Story 3, esse é o filme mais adorado pela crítica americana em 2010. Vamos esperar para ver o que acontece no Oscar, então. A performance de Jennifer é um ponto forte no filme, até mesmo pela complexidade de sua personagem. Talvez ela também vá para o Oscar, enfim, vamos esperar pra ver. Enquanto o filme não vem, dá uma espiadinha no trailer...e divirta-se!

15 de novembro de 2010

Almost Famous


O filme Almost Famous (Quase Famosos, 2000) tem uma estrutura de história boa, cenas pouco marcante e, talvez por isso não valeria um Oscar. Mas os personagens, por outro lado, são bem construídos e são autênticos. As atuações dos atores são na medida, mas em especial Frances McDormand faz uma atuação imponente, diria. Ela interpreta Elaine Miller, uma mãe vigorosa, às vezes rabugenta, mas, com toda certeza, extremamente zelosa por seus filhos. Este personagem, em particular rouba a cena em todos os momentos que surge. A película nos conta a história de um fã ávido por rock'n'roll que consegue um trabalho na revista americana Rolling Stone, para acompanhar a banda Stillwater em sua primeira excursão pelos Estados Unidos. Porém, quanto mais ele vai se envolvendo com a banda, mais vai perdendo a objetividade de seu trabalho e logo estará fazendo parte do cenário rock dos anos 70. Detalhe, este fã é apenas um adolescente que gosta de escrever, daí a ironia do filme. Também não podemos deixar de prestar atenção na trilha sonora que é acertiva. O final do filme é singular.

14 de novembro de 2010

Simon's Cat

Simon's Cat em três versões maravilhosas. Na primeira "Cat Man Do" nos deliciamos com um dono dorminhoco e, com o jeito meio-carinhoso e meio-sacana do gato ao tentar acordá-lo.





Na segunda pelicula "Fly Guy", podemos perceber que o ruído do gato na película ao tentar pegar uma mosca é exatamente o ruido de um gato real. Quem tem, se identificará, e por isso, tamanha organicidade do roteiro e direção.





Na terceira versão "TV Dinner", o gato só não ocupa mais espaço porque não pode. Em todas as versões o dono é um panaca. Maravilhoso! Vale à pena entrar no site dele e ver mais perólas como estas.




13 de novembro de 2010

Hostel

Eli Roth foi muito feliz em escrever o roteiro e dirigir Hostel (ou O Albergue no Brasil, 2005), uma obra prima do terror sem sombra de dúvidas. A temática foi bem explorada e você realmente não tem dúvidas de como os seus sentimentos são explorados. Na história, Paxton (Jay Hernandez) e Josh (Derek Richardson) são dois mochileiros universitários americanos, que decidem viajar pela Europa em busca de experiências que entorpeçam os sentidos e a memória. Durante a viagem eles conhecem Oli (Eythor Gudjonsson), um islandês que passa a acompanhá-los. Seduzidos pelos relatos de outro viajante, eles decidem ir a um albergue particular em uma cidade desconhecida da Eslováquia que é descrito como um verdadeiro nirvana. Lá eles conhecem Natalya (Barbara Nadeljakova) e Svetlana (Jana Kaderabkova), duas beldades locais que se interessam por Paxton e Josh. Empolgados com as experiências novas que vivem, eles logo descobrem que nem tudo na cidade é a maravilha aparente. O filme é tenso, as cenas são bem construídas e os conflitos dos personagens mudam com uma necessidade drástica. Precisa de estômago para assistí-lo, mas ainda assim, vale à pena pela tensão proporcionada.



12 de novembro de 2010

How to Train your Dragon

How to Train your Dragon ou Como Treinar o seu Dragão (no Brasil) do ano de 2010 é um encanto. Primeiro porque a produção foi bem feliz no design do dragão. Ele com o seu olhar conquista crianças, adultos e idosos. Aliás, quem tem gato, vai perceber semelhança com alguns, principalmente quando este se torna manhoso. Um sucesso de público que é um dos fortes candidatos ao Oscar de Animação. A história é do adolescente Hiccup (no Brasil ele chama-se Soluço). Um viking que não combina muito bem com a longa tradição de sua tribo de heróicos matadores de dragões. Seu mundo vira de cabeça para baixo quando ele encontra Toothless (no Brasil chama-se Banguela), um dragão que desafia tanto ele quanto seus amigos a encararem o mundo a partir de outro ponto de vista. Uma delícia de ironia! Ao se tornar amigo de um dragão ferido, seu mundo vira de cabeça para baixo, e o que teve início como a chance de Soluço provar do que é capaz acaba virando uma oportunidade de criar um novo rumo para o futuro de toda a aldeia. O belo roteiro é de William Davies e Cressida Cowell. Como curiosidade, nos EUA, Gerard Butler fez a voz do pai de Soluço. Uma boa pedida para o final de semana. Veja o trailer!


10 de novembro de 2010

Capítulo 22

Retocou a maquilagem e foi em busca do brinco de ouro, não o via a tanto tempo que achou que tivesse perdido, mas, quando Sofia abriu a caixinha feita de capim dourado lá estava ele. O brinco imitava um dedo amassado. Lindo! Ao pegá-lo, seus dedos foram de encontro a chave com laço vermelho. Caramba, já se passaram quase quatro meses do acontecido. Pensou, mas não quis ir à fundo no pensamento. Largou a chave do apartamento de Morrice no mesmo lugar e apenas fez as contas de que também tinham exatos quatro meses que evitava encontrar com Kai e Manu. Evitava-os com as desculpas mais esfarrapadas do mundo. Algumas sem pé nem cabeça, mas os amigos fingiam acreditar. Sabiam que ela precisava daquele tempo só. No tempo de reclusão, Sofia só fazia andar com Brasileiro pela vizinhança e trababalhar. Não ia a um shopping, muito menos a um restaurante, festas ou teatro. Estava levando uma vida de “come e dorme”. Como toda mulher, tinha medo de engordar, mas não engordava de ruim que era, todos diziam. Sofia lembrou: estava atrasada.

No restaurante, Kai e Manu já esperavam por ela com algumas doses de caipirinha na cabeça. O trato era: só vocês no encontro. Nem Heitor e muito menos Keka deveriam estar presentes. Ainda estou me refazendo. Kai e Manu toparam. Fazer o quê? Os amigos receberam-na com carinho. Você está linda Sofia! Confidenciou Kai. A filha da puta nem engordar não engorda.... complementou Manu. E, em tom de brincadeira, Sofia alfinetou: Bem, se eu contar que até o pilates parei de fazer, vocês acreditam? Os três almoçaram e, como nos velhos tempo deram muita risada. Agora estou nova, refeita, vou partir para outra. Manu foi logo perguntando se tinha alguém na jogada. Não, não tinha. Vou passar três meses fora do Brasil. Anúnciou sem meias palavras.

Decidi que vou para Nova Iorque. Vou aperfeiçoar meu inglês e de quebra reciclar meus conhecimentos na moda. Isso é uma segunda fuga, Sofia? Kai foi direto ao ponto. Não. Não irei mais fugir de nada meu amigo. O garçom, então, se aproximou e entregou um guardanapo para Sofia. Ela abriu, leu e sorriu. Como nos velhos tempos... disse Manu. Sofia sorriu e confirmou: “verdade. Um nome e um telefone. Até que ainda dou para o gasto”. A risada de todos veio à tona.

Sofia se levantou para ir ao banheiro. Ao sair, lavou as mãos na pia conjugada entre os banheiros masculino e feminino, tirou o guardanapo do bolso e jogou na lata de lixo. Um rapaz alto e descolado, expondo seus bíceps e tríceps com a camiseta colada no corpo se aproximou dela e sem nenhum rodeios disse: “depois deste gesto, eu posso com certeza perder as esperanças de ter uma chance contigo?”. Sofia se virou e deu de cara com Marcos, filho da sua vizinha Yara. Gagejou um pouco para falar o nome do rapaz. Puta que pariu, este menino tá cada vez mais gato. Pensou, mas não disse nada. Mas, enfim, acabou por sair algo do tipo “oi Ma-Marcos”. Saiu aos trancos e barrancos, mas de forma doce. Os dois se entreolharam e riram. Fudeu! Pensou Sofia sem nenhum rodeio.

Marcos engatou um papo meio infantil de que já estava com dezoito anos e que tinha acabado de entrar na universidade de engenharia etc e tal. Mas Sofia só conseguia olhar para o corpo do rapaz e pensar consigo mesma que ele já não era mais de menor. Então, aquele era seu telefone? Perguntou Sofia apontando para a lata de lixo. Marcos balançou a cabeça positivamente enquanto caminhavam em direção ao bar do restaurante. Então Sofia, sem o menor pudor, pegou uma caneta no balcão, colocou seu pé sob a base da base de uma das cadeiras do bar, entregou a caneta para Marcos, suspendeu um pouco sua saia e disse: “coloca seu telefone de novo aqui. Assim, tem menos chances dele se perder”. Marcos ficou atônito sem reação alguma olhando para Sofia. Vai coloca! Incentivou ela. Ele, meio sem graça, anotou na perna de Sofia o telefone e continuou sem dizer nada. Eu te ligo, pode deixar! Ela voltou à mesa enquanto Marcos ainda olhava para ela sem nenhum expressão, ou, com a expressão mais boba que um homem possa ter.

6 de novembro de 2010

Zach Ashton

O músico Zach Ashton é além de um surfista de carteirinha um talento do folk, reggae e óbviamente surf music. As músicas são leves e gostosas. Também não é para menos, o moiçolo tem uma vida que pediu a Deus, nasceu na costa da Flórida e viajando pelo mundo absorve os mais variados ritmos facilmente, inclusive, pasmem, o nosso samba e bossanova. Tanto talento é explicável pelo seu "autodidatísmo". Ashton se apresentou ao mundo musical pela primeira vez com sua banda Clay Feet, algo tipo rock-eletrônico-gótico. Em 2002 lançou seu primeiro álbum Under the Blanket of the Sky, e, em 2004, gravou no Brasil o álbum Mellow Dia. Que tal ouví-lo um pouco?

5 de novembro de 2010

Natalie Merchant

De origem italiana e irlandesa, a cantora norte-americana Natalie Merchant, diga-se ex-integrante da banda de rock alternativo 10,000 Maniacs, traz no seu último álbum um repertório pra lá de diversificado. Vai do folk ao country, do bluegrass e até pop psicodélico. O máximo para quem curte este tipo de pegada. Liricamente, há de tudo, pode se preparar. É simplesmente, digamos, uma adaptação musical para textos de poetas clássicos e contemporâneos. Vale à pena escutá-la, pelo menos uma vez na vida. Aqui na música Kind and Generous.


2 de novembro de 2010

Victory

Em Victory (no Brasil chama-se Fuga para Vitória, 1981) três gratas surpresas: a primeira é ver Silvester Stallone e Pelé contracenando. A segunda é ver um filme em que usa como pano de fundo o futebol (com alguns dos melhores atletas do futebol da época na película) para falar de política e planos de fuga num campo nazista de prisioneiros. E, por fim, toda a coreografia do filme no que se refere as jogadas do futebol são assinadas também pelo nosso rei. Um bom roteiro, mas com algumas pequenas falhas imperceptíveis para o grande público o torna um bom filme, mas nada além disso. Victory acontece na época da Segunda Guerra Mundial, em um campo alemão de prisioneiros de guerra o major Karl von Steiner (Max Von Sydow), que já tinha pertencido à seleção alemã de futebol, tem a idéia de fazer um jogo entre uma seleção dos prisioneiros aliados, liderados pelo capitão John Colby (Michael Caine), um inglês que era um conhecido jogador de futebol. Colby também teria a tarefa de selecionar e treinar o time, para enfrentar o time alemão no Estádio Colombes, em Paris. Enquanto os nazistas, com exceção de Steiner, planejam fazer de tudo para vencer o jogo e assim usar ao máximo a propaganda de guerra nazista, os jogadores aliados planejam uma arriscada fuga durante a partida.



1 de novembro de 2010

A História da Calcinha

A película A história da calcinha conta de forma irreverente a história dessa peça de roupa, ao longo do tempo, até os dias de hoje. Tem um bom texto e uma narração incrível. Cumpre o papel proposto. Vale à pena assistir!




Prêmios

Melhor Curta de Animação no Festival Latino de Campo Grande 2001

Festivais

Anima Mundi 2001
Festival Internacional de Animação de Seul 2002
Festival Mix Brasil 2001
Mostra Internacional del Cinema de Animación 2001
Vitória Cine Vídeo 2001
Brazilian View Film Festival 2005
FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul 2001
Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba 2001
Jornada de Cinema da Bahia 2001
The New York Lesbian & Gay Film Festival 2002
Cobal Drive-Inn 2004
Festival de Varginha 2003
Festival Guaçuano de Vídeo 2001
Mostra Múmia 2003

31 de outubro de 2010

Meow

Os gatos brasileiros fazem "miau!", mas quando corrompidos pela propaganda do Tio Sam, eles passam a miar "meow!". Um gato esfomeado fica sem leite, e é convencido a tomar um certo refrigerante. Se ele é mais uma vítima da globalização ou não, aqui há, com certeza, uma critica ao consumismo? Terá ele salvação? Interessante!



Prêmios

Melhor Filme - Júri Popular no Festival de Brasília 1981
Melhor Roteiro no Festival de Brasília 1981
Prêmio Especial do Júri no Festival Internacional de Cannes 1982

Festivais

Festival Internacional de Curtas de São Paulo 1995

30 de outubro de 2010

Halloween

Dificilmente nesta época do ano aqui nos Estados Unidos, você passa incólume por toda a indústria do Halloween. A cultura está tão impregnada e é tão arrasadora que você é acometido o tempo todo para esta temporada insana. Talvez seja a festa mais importante para os americanos depois do Thanksgiving e Natal (sim, Ano Novo não representa lá estas coisas para eles), enfim... Inspirada nisso e na foto de uma casa próximo onde moro aqui na California que tirei para provar que há algo contagiante no ar, fui assisitir o clássico filme Halloween (no Brasil chama-se Halloween - A Noite do Terror, 1978). Me desculpe os fãs de plantão, mas vou contradizer todo um mito, guardada suas devidas proporções. A película é considerada um clássico por vários motivos, dentre eles, foi um dos precursores dos filmes com "serial killers", introduzindo o psicopata Michael Myers e sua enorme faca. Depois dele, veio os outros malucos de plantão Jason Voorhees (Sexta-Feira 13), Freddy Krueger ("A Hora do Pesadelo") e Leatherface ("O Massacre da Serra Elétrica"). Tirando isso, temos uma boa (eu disse boa, nada de anormal ou surpreendente!) direção do cineasta John Carpenter, e um roteiro óbvio e com cenas fracas e evidentes. A boa noticia é que Halloween, de fato, impulsionou uma enorme safra de filmes de psicopatas ao longo dos anos seguintes. É bom dizer que o terror / horror é um dos mais populares e rentáveis gêneros do cinema. A história, contudo é boa e bem baseada, Michael Myers (Tony Moran) é um psicopata que vive em uma instituição há 15 anos, desde quando matou sua própria irmã. Porém, ele consegue fugir de seu cativeiro e retorna à sua cidade natal para continuar seus crimes na localidade que, aterrorizada, ainda se lembra dele. Chamo a atenção para a sonorização do filme que além de maravilhosa é extremamente atual. Veja o trailer!

29 de outubro de 2010

When in Rome

When in Rome (2010, no Brasil chama-se Quando em Roma) tem uma idéia boa, e enquanto estrutura, o roteiro é bem desenvolvido na construção dos personagens. Contudo, a história se perde na proposta fantasiosa. De comédia-romântica deixa a desejar nos dois gêneros, mas dá para passar o tempo se você não tiver nada melhor para fazer. Uma jovem curadora de artes em Nova York, Beth (Kristen Bell) não consegue arrumar um namorado, pois tem seu trabalho como prioridade. Quando sua irmã mais nova, que vive em Roma, se casa, ela parte em viagem para a Itália. Fazendo, então, os passeios turísticos, Beth entra numa "fonte do amor" e, ao invés de apenas atirar uma moedas, ela decide pegar algumas. O destino surpreende quando ela volta para Nova York: a curadora, então, passa a ser perseguida freneticamente por um bando pretendentes. O filme tem também em seu casting Josh Duhamel, Angelica Huston e Danny DeVito.

28 de outubro de 2010

Stolen Summer

Para quem gosta de histórias com crianças, Stolen Summer (no Brasil Um Verão Especial, 2002) é um prato cheio. O filme é uma graça. Em 1976 na cidade de Chicago, um menino de oito anos, Pete O'Malley (Adiel Stein), certo que somente através do catolicismo se chega ao Paraíso, resolve tentar converter o filho do rabino de uma sinagoga, Danny Jacobsen (Mike Weinberg), a trilhar o caminho para o céu. Apesar das diferenças religiosas, os garotos se tornam amigos. É um filme comovente com diálogos belíssimos e algumas cenas interessantíssimas. A película fala de esperança e amizade de uma forma doce. Ela prende a atenção da audiência do inicio ao fim. Veja o trailer!


25 de outubro de 2010

Marley & Me


Vou ter que contar um segredo... Fiz de tudo para não assistir Marley & Me (Marley e eu, 2008). Sim: preconceito, admito! Mas por circunstâncias do destino, acabei por assistí-lo. Chorei no final, tenham certeza, mas, ainda assim é um filme com uma história boba e um roteiro nada surpreendente. É daqueles filmes pra matar o tempo, mas, se você tiver criança ou animal em casa, compreenderá melhor o meu choro no final da película. John (Owen Wilson) e Jennifer Grogan (Jennifer Aniston) casaram-se recentemente e decidiram começar nova vida em West Palm Beach, na Flórida. Indeciso sobre sua capacidade em ser pai, John busca o conselho de seu colega Sebastian (Eric Dane), que sugere que compre um cachorro para a esposa. John aceita a sugestão e adota Marley, um labrador de 5 kg que logo se transforma em um grande cachorro de 45 kg, o que torna a casa deles um caos. Marley é cativante com toda sua espaçosa bagunça e, talvez, por isso o filme ter tido tanto público.

24 de outubro de 2010

Redbelt

Do ano de 2008, o drama Redbelt ou Cinturão Vermelho no Brasil, traz alguns artistas brasileiros no elenco, tais como Alice Braga e Rodrigo Santoro. O filme é bem mediano para falar a verdade, apesar da idéia ser boa. Existe conflitos, algumas cenas são boas, mas muito longe de ser um grande filme. Mike Terry (Chiwetel Ejiofor) é um professor de jiu-jitsu que evitou o circuito de premiação, preferindo cuidar de uma academia de defesa pessoal e seguir o código de um samurai. Ele e sua esposa Sondra (Alice Braga) lutam para manter o negócio em funcionamento, mesmo que renda o mínimo possível. Até que um acidente do lado de fora da academia, entre o oficial de folga Joe Collins (Max Martini) e a advogada Laura Black (Emilly Mortimer), provoca uma grande mudança na vida de Mike. Vale à pena assistir por curiosidade e para ver o que as celebridades brasileiras estão fazendo fora do país.

23 de outubro de 2010

O Lobisomem e o Coronel

Como proposta de divulgar uma cultura nordestina baseada no cordel, tenho que dizer que O Lobisomem e o Coronel é uma deliciosa animação. Um violeiro cego dedilha um repente e conta uma história passada na fazenda de um rico coronel da região e nos conta sobre a fúria sobrenatural dos lobisomens. Suspense e poesia. Um resultado perfeito!



Prêmios

Melhor Filme - Júri Popular no Anima Mundi 2002
Melhor Filme Brasileiro no Anima Mundi 2002
Melhor Filme Animação no Cine Ceará 2002
Melhor Roteiro no Cine Ceará 2002
Melhor Animação no Vitória Cine Vídeo 2002
Melhor Filme Animação no Festival Latino de Campo Grande 2002
Melhor Filme Animação no Jornada Internacional de Cinema da Bahia 2002
Melhor Música no Jornada Internacional de Cinema da Bahia 2002

Festivais

Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2002

22 de outubro de 2010

White Squall

No Brasil White Squall (1996) chama-se Tormenta. Um filme mediano com uma boa história, mas sem grandes emoções, exceto no final. Os conflitos são aparentes e algumas cenas são boas. Por se tratar de uma história verídica, vale à pena ver. Em 1961, um grupo de adolescentes embarca para uma longa viagem no veleiro "Albatroz", um navio-escola comandado por Christopher Sheldon (Jeff Bridges), um severo capitão que, junto com Alice (Caroline Goodall), sua mulher, pretende transformar aqueles jovens em homens. No decorrer da viagem o medo que os alunos sentem pelo capitão é substituído por respeito e admiração, mas uma tragédia poderá colocar esta confiança em risco. Veja o trailer.

21 de outubro de 2010

Desirella

O curta Desirella tem uma boa história e um design gráfico fabuloso com passagens de cenas bem inteligente. Vivendo num conto de fadas, a velha Desirella obtém um par de sapatos mágicos que a torna jovem, numa desesperada tentativa de transcendência. Algumas cenas são irônicas, como quando a personagem malha com sapatos altos. Um preço de uma beleza impagável, gostei!



Prêmios

Melhor Curta - Prêmio da Crítica no Cine Ceará 2004
Melhor direção no Cine Ceará 2004
Melhor Trilha Sonora no Cine Ceará 2004
Melhor vídeo no Cine Ceará 2004
Melhor Animação no Festival de Belém 2004
Melhor Trilha Sonora no Festival de Belém 2004
Prêmio do Público no Festival de Cuiabá 2004
Prêmio Especial do Júri no Festival de Cuiabá 2004
Melhor Ficção no Festival de Gramado 2004
Melhor vídeo no Festival de Gramado 2004
Prêmio Porta Curtas no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2004
Prêmio Especial do Júri no Festival Latinoamericano de Vídeo de Buenos Aires 2004
Melhor Direção de Arte no Vitória Cine Vídeo 2004
Melhor Animação no Festival de Video de Santa Maria 2004
Melhor Roteiro no Festival de Video de Santa Maria 2004
Melhor vídeo no Festival de Video de Santa Maria 2004
Melhor Animação - Hors Concours no Festival de Vídeo de São Carlos 2004
Melhor Animação no Guarnicê de Cine e Vídeo 2004
Melhor Animação no Jornada de Cinema da Bahia 2004

20 de outubro de 2010

Carlota Joaquina, Princesa do Brasil


O filme de Carla Camurati Carlota Joaquina, princesa do Brasil (1995) marca a retomada do cinema brasileiro em vários aspectos, mas principalmente no que se refere a produção. Uma grande produção para a época, diria. Os detalhes históricos e seus aspectos habituais e rotineiros não foram esquecidos, um charme a parte no roteiro que, apesar de ter vários elementos que compõem um bom filme, deixou a desejar, principalmente na obviedade de como a história foi contada. O figurino é impecável. A atuação de Marieta Severo é brilhante e única. A morte do rei de Portugal D. José I em 1777 e a declaração de insanidade de D. Maria I em 1972, levam seu filho D. João (Marco Nanini) e sua mulher, a espanhola Carlota Joaquina (Marieta Severo), ao trono português. Então, em 1807, para escapara das tropas napoleônicas, o casal se transfere às pressas para o Rio de Janeiro, onde a família real vive seu exílio de 13 anos. Carlota, contudo, após a decepção de conhecer o seu futuro o marido, sempre mostrou disposição para seus amantes e pelo poder. Além disso, sentia-se contrariada quando a corte portuguesa veio para o Brasil, tendo uma grande sensação de alívio quando foi embora. Uma comédia com um leve toque de história brasileira.

19 de outubro de 2010

Public Enemies

Public Enemies (2009) que no Brasil chama-se Inimigos Públicos é um filme boring. Apesar de sua boas técnica e fotografia, o filme, enquanto história, deixa a desejar. Quando você pensa que estar por vir um grande conflito, nada acontece. O filme é baseado em um livro que conta a história de uma grande onda de crimes na década de 30 e do nascimento do FBI nos EUA. Durante a Depressão, o governo americano tenta deter os criminosos John Dillinger (Johnny Depp), Baby Face Nelson (Stephen Graham) e Pretty Boy Floyd (Channing Tatum), transformando o FBI na primeira agência federal de polícia do país. Tinha tudo para ser um bom roteiro... uma pena!