10 de junho de 2010

Whatever Works


Quando você acha que Woody Allen já não tem mais o que inventar na fórmula cinematográfica, ele vem e nos surpreende. Em Whatever Works (no Brasil chama-se Tudo Pode Dar Certo, 2009), Boris Yellnikoff (Larry David) começa o filme conversando com a plateia e esclarecendo o seu ponto de vista sobre a vida. Aliás, um ponto de vista intelectual demais para as armadilhas que a vida prepara para este velho rabugento que tem o hábito de insultar seus alunos de xadrez. Ex-professor da Universidade de Columbia, ele considera ser o único capaz de compreender a insignificância das aspirações humanas e o caos do universo. Considerações à parte: uma maravilha a construção dos diálogos deste personagem, diria. Certo dia, e para esculhambar suas teorias sobre o universo que construiu, ao entrar em seu apartamento, Boris é abordado por Melodie St. Ann Celestine (Evan Rachel Wood), uma jovem e típica "loira burra", que lhe implora para entrar. Ao atender o pedido da moiçola, Boris permite que ela fique no apartamento por alguns dias. Os dias se passam e nada da garota sair, e, para o embaraço do velho cheio de manias, ela se apaixona por ele. Pronto, temos então, uma comédia maravilhosa. O filme é irônico ao mesmo tempo que é sutil. Um ex-professor universitário que condena o sistema educacional norte-americano, mas que usa um blusão da universidade de Havard. Ou ainda, uma loira burra que acaba aprendendo a falar difícil, apesar de não saber o significado de tudo o que fala (ou repete). Alguns clichês mixado com algumas ironias dramáticas, tornam o filme bem interessante!