2 de junho de 2011

Trilogia das Cores

Inspirada nas cores da bandeira francesa, e em seus significados, a Trilogia das Cores do cineasta polonês Krzysztof Kieślowski traz a poesia para o cinema. Trois couleurs: Bleu (no Brasil: A Liberdade é Azul) de 1993; Trois couleurs: Blanc (no Brasil: A Igualdade é Branca) de 1994, e, Trois couleurs: Rouge (no Brasil: A Fraternidade é Vermelha) de 1994 compõe a obra fantástica e de maior sucesso comercial do diretor. E hoje, ela é o assunto da vez...e não por acaso, consagrado internacionalmente após a trilogia, em 1995, Kieslowski abandonou as câmeras por que disse que estava achando tudo muito chato e preferia viver ao invés de fazer cinema. Colocando em prática o que disse, ele não fez mesmo. Não teve mais tempo. Morreu de enfarto, aos 55 anos, em março de 1996. A Liberdade é Azul ganhou o Leão de Ouro em Veneza como melhor filme e melhor fotografia e Juliette Binoche como melhor atriz. Binoche também ganhou o Cesar que também foi concedido ao filme nas categorias melhor montagem e melhor som. Para fechar, três indicações ao Globo de Ouro: Melhor filme estrangeiro, melhor música e melhor atriz. Em A Igualdade é Branca ficou com o Urso de Prata em Berlim para Kieslowski como melhor diretor. E, para finalizar, A Fraternidade é Vermelha ganhou Cannes como melhor filme, o Cesar por melhor trilha sonora. Leia e entenda o porquê de tanto sucesso...

Trois couleurs: Bleu ou A Liberdade é Azul é um drama em que o diretor transforma a dor em sublimação através do silêncio. Com uma belíssima fotografia e uma trilha sonora imponente, o filme traduz algo como a liberdade maior é estar vivo. Na história, após um trágico acidente em que morrem o marido e a filha de uma famosa modelo (Juliette Binoche), ela decide por renunciar sua própria vida. Após uma tentativa fracassada de suicício, ela volta a se interessar pela vida ao se envolver com uma obra inacabada de seu marido, que era um músico de fama internacional.



Trois couleurs: Blanc ou A Igualdade é Branca é o segundo filme da trilogia e o mais perto que Kieslowski chega de uma comédia. A película trata da humilhação de um homem na sua condição de imigrante que não domina a lingua, mas que se vinga em condições quase iguais, afinal de contas, a igualdade é branca. Um roteiro que de forma sutil consegue alegrar o coração e alma do telespectador. Na história, após se divorciar na França da mulher que ama, um polonês volta ao seu país de origem, disposto a ganhar muito dinheiro para poder se vingar da mulher da sua vida.



Trois couleurs: Rouge ou A Fraternidade é Vermelha é o terceiro e último filme e, talvez, o mais sublime. Com uma fotografia magistral Kieslowski brinca e se diverte com os acasos. Um belo roteiro com todos os ingredientes que lhe é peculiar. Na história, uma modelo (Irène Jacob) atropela o cão de um juiz aposentado (Jean-Louis Trintignant), que tem o estranho hábito de ouvir as conversas telefônicas de outras pessoas. Este fato será o ponto de partida para uma singular amizade.