28 de novembro de 2011

La Piel que Habito

La Piel que Habito ou A Pele que Habito (2011), de Pedro Almodóvar não é surpreendente, mas ainda assim, vale à pena ver. Tem o lado bizarro dos personagens, mas até este lado sombrio por vezes é óbvio. Em outra ótica, podemos dizer que foi corajoso ao dar um rumo não tão usual ao seu protagonista, tornando-se um filme orgânico. A trama perde um pouco o ritmo quando utiliza o recurso de flashback, mas tem um subtexto maravilhoso. Na história, Roberto Ledgard (Antonio Banderas) é um conceituado cirurgião plástico, que vive com a filha Norma (Bianca Suárez). Ela possui problemas psicológicos causados pela morte da mãe, que teve o corpo inteiramente queimado após um acidente de carro e, ao ver sua imagem refletida na janela, se suicidou. O médico de Norma acredita que esteja na hora dela tentar a socialização com outras pessoas e, com isso, incentiva que Roberto a leve para sair. Pai e filha vão juntos a um casamento, onde ela conhece Vicente (Jan Cornet). Eles vão até o jardim da mansão, onde Vicente a estupra. A situação gera um grande trauma em Norma, que passa a acreditar que seu pai a violentou, já que foi ele quem a encontrou desacordada. A partir de então Roberto elabora um plano para se vingar do estuprador. Como curiosidade, este é o 6º filme em que o diretor trabalha junto com os atores Antonio Banderas e Marisa Paredes. Almodóvar tinha interesse em trabalhar com Penélope Cruz, mas como o roteiro passou por nove versões até chegar ao definitivo e a personagem da atriz perdeu importância na trama, a película ficou, então, sem a presença da conhecida atriz.