6 de dezembro de 2011

A Mansão Hollow

Faça um teste com você mesmo: pegue um livro que tenha lido há mais de 15 anos e certifique-se de que pensa o mesmo sobre ele quando o estreiou. Então, fiz o teste comigo mesma. Peguei o livro de Agatha Christie, A Mansão Hollow ou originalmente The Hollow, publicado em 1946, e reli. Obviamente minha primeira impressão nada tem a ver com esta minha releitura do texto. Por "n" motivos, mas valeu pela brincadeira que foi de um auto conhecimento espantoso. Hoje, vi Agatha com olhos mais repetitivos do que antes, principalmente quando brinca com o recurso “pista-recompensa”. Não sei se o vício do cinema torna a minha ansiedade mais imediatista do que propriamente já é, mas achei que a história demora muito para chegar no seu centro nervoso, ou seja, é muita exposição e pouca ação. Vemos que o crime propriamente dito só acontece lá pela página 85 de 243 páginas. Contudo, ainda concordo que a autora tem uma excelente descrição de cenas, principalmente dos crimes e, claro, bons diálogos. Na trama, Poirot é convidado para almoçar na mansão Hollow em um fim-de-semana organizado pela anfitriã, Lady Lucy Angkatell. Quando chega, ele encontra uma autêntica cena do crime, mas em um primeiro momento pensa que é uma representação para comemorar a sua presença. O jovem Dr. John Christow está deitado com a cabeça numa poça de sangue ao lado da piscina. Perto dele está a sua tímida mulher com uma arma na mão. Logo Poirot se dá conta que não é uma brincadeira e tudo indica que Gerda, mulher de John, descobriu que o seu marido a traía e, por ciúmes, decidiu acabar com a vida dele. A história se complica. A arma na mão de Gerda não é aquela que matou John. Morrendo, John pronunciou o nome de Henrietta, sua amante. John tinha desprezado as propostas da sua ex-namorada Veronica Cray, que prometeu vingar-se. Lady Angkatell tinha uma arma em um cestinho de ovos em suas mãos, e Edward Angkatell era apaixonado por Henrietta. E ainda tem uma série de personagens que parecem estar encobrindo o caso, como a doce e vivaz Midge, o misterioso mordomo Gudgeon, além de Henry Angkatell, um homem de idade avançada e tranquilo. Mas Poirot, mais uma vez, não se deixou enganar por cenas e representações, e, desvendou outro mistério. Para quem gosta do estilo policial, crimes e suspense poderá se surpreender com a leitura de uma famosa romancista policial britânica que tem 83 livros policiais publicados, 19 peças e seis romances escritos sob o pseudonimo de Mary Westmacott. É bom lembrar que Agatha Christie foi pioneira ao fazer com que os desfechos de seus livros fossem extremamente impressionantes e inesperados, sendo praticamente impossível ao leitor descobrir quem é o assassino. Falecida em 1976 na condição de escritora mais traduzida do mundo inteiro, depois de William Shakespeare.