30 de janeiro de 2012

A Poltrona Escura


Pena que a temporada de oito anos (isso mesmo, oito anos) da peça A Poltrona Escura está acabando, pois obras-primas como estas deveriam eternizar-se no teatro. Eu costumo dizer que quando um texto é bom e bem resolvido, ele não precisa de subterfugios como cenários mirabolantes. E, no caso deste, posso garantir que o texto é rico e bem elaborado. Por isso é apoiado com três elementos fundamentais: uma poltrona escura, uma iluminação que brinca com o palco e uma atuação magnífica de Cacá Carvalho. Cacá é capaz de uma identificação tão visceral com os personagens, que o leva além das fronteiras do tema intríseco no texto. O ator mostra-se competente e criativo, fazendo-se presente a cada segundo neste texto do escritor e dramaturgo italiano Luigi Pirandello, que por vezes é tão dificil. A direção de Roberto Bacci é competente. O espetáculo tem todas as arestas cênicas perfeitas. Do período entre 1867-1936, temos três histórias completamente distintas: a de um solitário viúvo, a do famoso advogado e seu inconfessável prazer e, por fim, a do homem que tem nas mãos um misterioso poder. O imperdível espetáculo fica até o próximo dia 5 de fevereiro no Sesc Pompéia. A dupla Cacá e Bacci já estão em continuo movimento e preparando o próximo espetáculo na Itália. Aguardem!