22 de dezembro de 2016

Presto


Criativo, divertido e com humor de sobra, o curta-metragem Presto trabalha uma história bem estruturada e eficaz. A história tem ritmo e a trilha sonora é um personagem à parte. Na trama, o coelhinho só queria comer a cenoura enquanto o mágico precisava fazer sua apresentação. Uma delícia de se ver!

21 de dezembro de 2016

O Orgulho da Rua Parnell

Foto: Eliana Souza

O espetáculo inédito no Brasil O Orgulho da Rua Parnell, do dramaturgo inglês Sebastian Barry, estreia no dia 14 de janeiro às 20h na Verniz Galeria. A direção é de Darson Ribeiro.  A peça é uma compilação de monólogos interconectados – interpretados por Alexandre Tigano e Claudiane Carvalho - onde um casal relata minuciosamente o resultado caótico de uma relação de amor que foi ceifada por um ato medonho de violência por parte do marido. A encenação utiliza a ambientação natural da galeria como cenário e plateia e narra 10 anos dessa complicada e também bela história de amor. Em movimentos delicados – quase paralisados – as personagens descrevem entre lágrimas, risos, tesão e orgulho tudo o que os levou à situação atual. São lembranças pesadas e até insanas, mas permeadas de um amor sem igual. A peça revela o grau de perigo, quase sempre perniciosamente velado, que existe na paixão e o estrago que isso pode provocar, caso esse sentimento seja sublimado ou potencializado em substituição às vontades próprias, fazendo do egoísmo uma arma fatal. Na obra de Barry as limitações e o controle das emoções vêm no formato de prosa, ao mesmo tempo áspera e macia. Joe Brady é um ladrãozinho insignificante que tem o apelido de “homem-meio-dia”. Ele e sua esposa Janet vivem na periferia de Dublin, na Irlanda, e apesar da vida marginalizada mantêm orgulho de seu lifestyle, como ocorre com a maioria das personagens de Sebastian Barry. No enredo, a derrota que marcou a desmoralizante desclassificação da Irlanda na Copa do Mundo de 1990, na Itália, cobrou seu preço. E parece que para o casal Joe e Janet a cobrança veio com juros altíssimos. O déficit desses dois foi maior do que o da seleção naquela noite. Alguns anos se passaram e agora eles revelam a intimidade de um amor eterno, mas também a ruptura desastrosa do casamento. Sobre o tema “violência contra a mulher”, o diretor ressalta os altos índices e o número de prisões e de mortes que vêm aumentando em vários países, incluindo o Brasil, culminando no dilaceramento familiar. “A sociedade dá pouca atenção para o fato. O teatro tem a função de alertá-la. Desta forma, o Conselho Estadual de Defesa da Mulher, por meio de sua Presidente Rosmary Correa foi o primeiro a credenciar esse projeto”, comenta Darson.

20 de dezembro de 2016

Dramaturgia em áudio 3D para celulares


A ExCompanhia de Teatro, fundada e dirigida por Bernardo Galegale e Gustavo  Vaz, comemora cinco anos de história e lança em janeiro de 2017, pela Internet, um aplicativo gratuito: O Enigma Voynich, que leva a dramaturgia do palco para os celulares. O lançamento está previsto para o dia 31. O trabalho mistura narrativa ficcional, grafite digital e áudio 3D: as cenas devem ser vivenciadas com os olhos fechados, utilizando fones de ouvido. O aplicativo, compatível com os sistemas iOS e Android, é indicado para maiores de 16 anos. A série foi produzida através da tecnologia de áudio binaural, que recria a sensação de tridimensionalidade do espaço, possibilitando ao ouvinte a percepção das cenas com profundidade sonora realista, simulando um acontecimento ao vivo ao reproduzir os sons de forma idêntica à própria captação pelo ouvido humano. A direção de produção sonora ficou sob a batuta do músico e produtor de som Gabriel Spinosa. O primeiro contato com O Enigma Voynich é visual, a partir de desenhos em grafite digital que situam o local onde a ação transcorre e mostram a posição em que a cena deve ser escutada – de pé, sentado, deitado.  Esses desenhos foram criados especialmente para o projeto pelo artista visual Achiles Luciano. O audioespectador acompanha a aventura como se estivesse “dentro da dramaturgia”, vivenciando a trama, sempre em primeira pessoa, ao se transformar no personagem José, historiador especialista no manuscrito Voynich – um livro ilustrado misterioso, indecifrável, escrito há mais de 600 anos. José se envolve em uma detetivesca trama sobre a decodificação do manuscrito ao mesmo tempo em que descobre estar perdendo a memória, encarando emocionantes situações de ação e suspense. A história se passa ao longo de 32 anos da vida do personagem central (de 1983 a 2015). No transcorrer do audioseriado, algumas cenas só podem ser acessadas em bibliotecas municipais, como a Mário de Andrade, a Sérgio Milliet (no CCSP) e a Viriato Correia. É preciso ir pessoalmente ao local para continuar acompanhando a série. Nesse caso, o aplicativo usa uma ferramenta de geolocalização para desbloquear os episódios, automaticamente. Um luxo quando a tecnologia e arte se unem num conceito pra lá de inovador! Após o lançamento do aplicativo, a ExCompanhia de Teatro promoverá, no mês de fevereiro, uma oficina gratuita de grafite digital com o Achiles Luciano, no Teatro do Centro da Terra.


19 de dezembro de 2016

O enigma de Espinosa


De Irvin D. Yalom, o livro O enigma de Espinosa tem personagens interessantes, envolvente e peculiares, a exemplo do próprio Bento Espinosa. A narrativa envolve o leitor dentro de um drama verossímil e vigoroso para a época em questão. Não há grandes recursos literários, mas a narrativa prende. A quebra dos capítulos, ora mostrando a vida de Bento Espinosa, ora mostrando Alfred, traz uma morosidade inevitável para toda a narrativa. Que, a propósito, é exatamente a época mais atual da história, a de Hitler. Parece, por vezes, enfadonha, o que deixa uma certa lentidão ao texto. Na história, quando o jovem Alfred Rosenberg, de 16 anos, é chamado a comparecer à sala do diretor de sua escola devido a suas ideias antissemitas em um discurso apresentado aos alunos, ele é forçado, como punição, a memorizar passagens sobre Espinosa na autobiografia do poeta alemão Goethe. Rosenberg fica chocado ao descobrir que Goethe, seu ídolo, era um grande admirador do filósofo judeu do século XVII Baruch Spinoza. Após se formar, Rosenberg permanece atormentado pelo 'enigma de Espinosa' - como poderia o gênio alemão Goethe ter como inspiração um membro de uma raça que Rosenberg considera tão inferior à sua, e a qual ele está determinado a destruir? O próprio Espinosa estava acostumado a punições. Devido a suas opiniões religiosas heterodoxas, foi excomungado da comunidade judia de Amsterdã em 1656, com então 24 anos, e banido do único mundo que ele conhecia. Embora tenha tido uma vida breve e humilde, vivendo isolado de tudo e de todos, ele é responsável por obras que mudaram o curso da história. Um livro interessantíssimo. Leiam!

16 de dezembro de 2016

Reestreia OVONO

Foto: Leekyung Kim

O espetáculo OVONO volta em cartaz no dia 7 de janeiro de 2017, às 20 horas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, onde permanece em cartaz até o dia 6 de fevereiro. A montagem tem texto e direção assinados pelo artista multimídia Ricardo Karman, reconhecido por montagens ousadas e inusitadas, fundador da Kompanhia Centro da Terra. A peça é uma aventura de ficção científica, satírica e filosófica, na qual um gigantesco osso vindo do espaço está prestes a destruir a Terra. A única esperança do planeta é Ovono, o mais perfeito cérebro artificial já criado, mas esta “máquina” está aprendendo a pensar, a ter sentimentos, e pode não estar preparada para a difícil missão de destruir o objeto ameaçador e salvar a humanidade. O enredo discute a ambição pelo progresso tecnológico no decorrer da evolução da civilização. Com uma linguagem multimídia inusitada a encenação ousa em técnicas de vídeo maping com projeções em suportes esféricos e infláveis (seres e imagens criadas digitalmente por Adnomi, especialmente para a peça). Ricardo Karman e a Kompanhia do Centro da Terra levam para o teatro uma reflexão fundamental sobre os rumos do progresso e o ônus do desenvolvimentismo irrefreável em nossa época. OVONO é híbrido de teatro, mímica, vídeo e animação computadorizada: as personagens interagem em perfeita sincronia com animações digitais, cujas vozes são dubladas ao vivo pelos atores na coxia, criando uma dinâmica cênica que mistura o real e o virtual - linha mestra da pesquisa de 27 anos da Kompanhia. O cenário é um inflavel, onde fica uma calota (globo) que recebe a projeção de várias cenas, inclusive a “forma sugerida” do cérebro Ovono. Quase todas as cenas ocorrem dentro desta estrutura, quando os atores têm a voz amplificada para que o som seja perfeito. 

15 de dezembro de 2016

O Terno


Para hoje acontece a apresentação do cd “Melhor do que Parece” no Centro Cultural São Paulo do grupo O Terno. O grupo tem viajado pelo Brasil para lançar o seu terceiro disco autoral, lançado em setembro. O último show da temporada acontece no CCSP composto por trompete, saxofone e trombone, que participou da gravação do álbum. É bom que se diga que este álbum traz letras mais filosóficas, com críticas à sociedade contemporânea. Também conta com novos arranjos. “Considerar O Terno como banda de rock já é um pouco ultrapassado. Nós fazemos o nosso som misturando gêneros e estilos”, realça o baterista Gabriel Basile. Confira um pouco do trabalho desses talentosos meninos no clipe "Depois que a dor passa." Uma delícia!


14 de dezembro de 2016

A Mão do Meio - Sinfonia Lúdica


A Companhia de Danças de Diadema apresenta o espetáculo infantojuvenil A Mão do Meio - Sinfonia Lúdica no dia 16 de dezembro às 19h, na Praça da Moça, centro de Diadema. A apresentação integra a programação do 4º Natal Iluminado da cidade, que nesse ano vem com o tema Vila do Papai NoelA montagem traz um enredo retrata a experiência da descoberta do corpo, das mãos e dos pés. É uma história de gestos contada por meio da dança, incluindo algumas cenas com o artifício da luz negra. Bailarinos e público embarcam na fabulosa aventura de uma “mão” que - fascinada por todo tipo de movimento - parte em busca de descobrir o corpo e, pouco a pouco, torna-se uma verdadeira colecionadora de gestos.  Segundo os coreógrafos, o espetáculo é uma sinfonia lúdica composta por movimentos, sons e luzes que faz o público mergulhar em um mundo feito poesia, onde situações do cotidiano se transformam em mágica num piscar de olhos, onde gestos simples provocam imagens surpreendentes e sensações inéditas. A apresentação é gratuita. Prestigie!

13 de dezembro de 2016

Espaço para Coletivos


O Teatro do Incêndio vai abrir sua sede para receber dois coletivos teatrais, durante quatro meses de 2017, para que possam desenvolver trabalhos de pesquisa e ensaios. Os grupos poderão utilizar uma das salas da sede da companhia, por período acordado, e terão apoio financeiro no valor de R$ 16 mil pelo período. Esta iniciativa é parte do projeto A Gente Submersa, contemplado pela 29ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, e destina-se exclusivamente a grupos que, há pelo menos seis meses, não tenham sido contemplados por nenhum edital. “O intuito é possibilitar que os grupos continuem organizados, sem paralisarem suas atividades, já que o número de coletivos que realizam um trabalho de pesquisa continuada é muito maior que o total de editais oferecidos atualmente em todas as esferas”, argumenta Marcelo Marcus Fonseca, diretor e fundador da Companhia Teatro do Incêndio. As inscrições devem ser feitas no período de 15 de dezembro de 2016 a 10 de janeiro de 2017,unicamente pelo portal SP Cultura, http://spcultura.prefeitura.sp.gov.br/projeto/2194/#tab=inscricoes, onde pode ser acessado o regulamento e o edital completo de A Gente Submersa. Os grupos selecionados serão informados até o dia 27 de janeiro, quando serão convocados para reunião no Teatro do Incêndio a fim de formalizar a parceria. O período da residência artística será de 1º de fevereiro a 2 de junho. As datas não serão prorrogadas, dando lugar a outros coletivos em novo período de ocupação que deverá ocorrer após o encerramento deste edital. Como parte da parceira, ao final da residência, os coletivos contemplados participarão de uma semana de experimentação com os atores do Teatro do Incêndio, dentro do projeto Poesia Cênica Conjugada, aberto gratuitamente ao público.

12 de dezembro de 2016

A adoção de Julia


Adoramos a entrevista e recomendamos a palestra gratuita dela nas escolas. Tema polêmico tratado com amor.

Tantos medos e outras coragens


O livro infanto-juvenil Tantos medos e outras coragens, de Roseana Murray é uma delicia de se ler. Uma literatura completa que leva o leitor a uma reflexão sobre os tantos medos que existem dentro de nós: alguns bobos, outros de tamanhos diversos e ainda há os óbvios, os comuns. Na narrativa, tem gente que morre de medo de bicho, mas não se incomoda com o escuro. Tem gente que morre de medo do escuro, mas mata qualquer aranha. Medos e coragens cada pessoa tem de um jeito, e todas as pessoas têm. Este livro conta, no verso exato, como é importante que eles existam, dando para a vida tantos desafios e tanta emoção. A autora é antes de tudo uma poetisa nata. Brinca com inteligência de quem sabe o que faz com a escrita. Um verdadeiro encanto poder lê-la. Vale à pena!

9 de dezembro de 2016

Ride Along


O filme Ride Along ou Policial em apuros (2014) já inicia com uma daquelas ações das boas, mas logo perde o ritmo e não entrega o que vende. Há pitadas cômicas, personagens clichês e história previsível. Na narrativa, Ben (Kevin Hart) trabalha como segurança em um colégio, e namora a bela Angela. Quando o namoro se torna sério, ele pensa em se casar com ela, mas antes tem que enfrentar o irmão protetor dela, James (Ice Cube), um policial linha dura. Para entregar a mão de sua irmã a Ben, James faz uma proposta: os dois vão sair em patrulha juntos, durante 24h. Se ele provar ser digno de entrar na família, receberá a aprovação para o casamento. Curiosidade: antes mesmo de estrear nos cinemas, os produtores de Ride Along já anunciaram a intenção de realizar uma sequência, Ride Along 2. Assista o trailer!


8 de dezembro de 2016

Howl


História dinâmica onde a direção e cores traduzem o mais intimo dilema vivido entre mãe e filho. Os aprendizados e as reações frente aos obstáculos tão surreais, propositais ou quem sabe verídicos. Um luxo!

7 de dezembro de 2016

2º Festival Curta Campos do Jordão


Entre os dias 9 e 11 de dezembro acontece o 2º Festival Curta Campos do Jordão, no Espaço Cultural Dr. Além com exibição dos filmes de curta-metragem que foram realizados pelos alunos da Oficina de Cinema do Cineclube Araucária em 2016. Cada sessão – sexta e sábado, às 19h30, e domingo, às 18 horas – será aberta por um uma animação convidada. São elas: Até a China, de Marcelo Marão, Macacos Me Mordam, de César Maurício e Sávio Leite, e Pintas, de Marcus Vinícius Vasconcelos. Entre os curtas jordanenses que serão exibidos estão: Cirandas e Trilhas, de Thereza Carvalho, A Construção da Arte por Reynaldo Calles, de Cervantes Sobrinho e Lucíola Figueiredo, Torta de Banana, de Roberto Tavares, Jazz na Linha, de Cervantes Sobrinho, Pé na Tábua, de Lucíola Figueiredo, 12:51, de Bruno Kubart, Paixão Pelo Cinema, de Manoel Coutinho, Peponi: Lenda ou Mito?, de Cervantes Sobrinho e Lucíola Figueiredo, Campos de Helena, de Bertina Aparecida dos Santos, Metanoia, de Renan Riso, Dias de Glória, de Cervantes Sobrinho e Lucíola Figueiredo, entre vários outros. No encerramento do Festival, serão anunciados os títulos escolhidos por um júri formado por profissionais do setor audiovisual para receber o Troféu Araucária 2016 de Melhor Curta Documentário, Melhor Curta de Ficção e Melhor Curta de Animação, além do melhor filme jordanense eleito pelo voto do público. Prestigie! Os ingressos são gratuitos.


6 de dezembro de 2016

Ex-Têncil: práticas urbanas de inter-invenção


No próximo dia 11 de dezembro, às 15h, o Núcleo Educativo da Casa das Rosas fará um curso sobre o estêncil. O estêncil - gravura expandida - é uma técnica de pintura surgida na Ásia que migrou à arte de rua devido a sua versatilidade de produção e velocidade de ação. O estêncil está presente no universo da intervenção urbana, do graffiti e de outras ações poéticas que reinauguram o pensar a cidade como transfiguração. O grupo irá produzir moldes gráficos e realizar uma ação coletiva em superfícies urbanas. as inscrições são por ordem de chegada pelo e-mail educativo@casadasrosas.org.br ou presencialmente na recepção da Casa. A atividade pode ser feita por interessados a partir de 13 anos e só tem 15 vagas.

5 de dezembro de 2016

Tempo de amar


A composição e os recursos de linguagem que o autor escreve denuncia já de cara a grande obra literária que o leitor irá encontrar folheando Tempo de amar, de Autran Dourado. As entrelinhas nos envolve pela arte praticada com eximia maestria. A estrutura da história nos instiga e o final nos surpreende ainda mais pelo ano de publicação: originalmente no ano de 1952. Os personagens têm seus perfis psicológicos bem delineados e as palavras escolhidas a dedo. Uma obra literária, de fato! Na narrativa, Ismael é um homem que prefere o brilho das recordações de infância ao presente grotesco. Quando era criança, no início do século XX, tudo parecia perfeito: a próspera Fazenda dos Mamotes, onde seu avô, o coronel Eupídio Silveira, abrigava toda a família; o açude onde tomava longos banhos com a irmã, Ursulina, e a prima, Tarsila; o cheiro do bolo de fubá da avó, dona Ritota; as brincadeiras típicas da idade. Mas tudo isso foi ladeira abaixo depois do dia em que sua irmã morreu afogada bem na sua frente, aos 9 anos, sem que ele tivesse a iniciativa de tentar salvá-la. Era sua característica apatia começando a dar sinais. O trágico incidente levou embora não apenas a vida de Ursulina, mas também a inocência de Ismael. Com isso, veio a percepção de que nem tudo ao seu redor era tão belo quanto parecia. O avô, que enterrava suas emoções o mais fundo que podia, esvaziava todo o seu silêncio e sua tristeza no ventre de uma mulata sustentada por ele. A avó sabia disso e tentava não se importar. O poder de seu sobrenome era cada vez menor em Cercado Velho, sua cidade natal, no interior de Minas Gerais. Sua tia Evangelina, recém-egressa de um casamento realizado contra a vontade dos pais, sonhava ver a filha Tarsila casando-se sem amor, como alguém que cumpre um dever apenas por cumpri-lo – para ela, o amor é uma erva daninha, um vício destrutivo que só serve para desencaminhar as pessoas. Ainda assim, Ismael prefere a nostalgia à realidade. Nenhuma alegria consegue inundar Ismael por muito tempo. E isso vale também para Paula, que ele namora escondido. Ela é a chacota da cidade, por ser filha de uma ex-prostituta e não saber quem é seu pai. É nesse emaranhado de vidas apáticas, sem sentido e sem amor, que se desenvolve a história. Antes de Tempo de amar, Autran Dourado já havia publicado outros dois livros: Teia, em 1947, e Sombra e exílio, em 1950. E em 1995, os personagens de sua estréia como romancista voltariam no também reeditado Ópera dos fantoches, que mostra Ismael já no início da velhice, relatando sua vida ao escritor João da Fonseca Nogueira, personagem presente em várias histórias do autor. Um livro que, literalmente, vale muito à pena ler!

2 de dezembro de 2016

Untamed


O curta-metragem em animação Untamed é envolvido em drama e mistério. Muito bem dirigido, o curta é repleto de simbolismos. Na narrativa, Sally, uma menina introvertida de 15 anos, se lembra de seu pai-lobo na cidade de Nova York como um trompetista de jazz brilhante e talentoso. Para onde foi o pai dela? E ele ainda pode ser encontrado em algum lugar dentro do Lobo? Vale à pena assistir!

1 de dezembro de 2016

Gui Amabis


O músico e produtor paulistano, Gui Amabis, em seus arranjos, tenta valorizar sempre os detalhes, as texturas e os espaços. Seu trabalho é reflexivo, instigante e meio que misterioso. Neto de imigrantes portugueses, seu primeiro trabalho solo, o belo e melancólico “Memórias luso/africanas” foi lançado em 2011, com participações de Céu, Criolo, Lucas Santtana e Tulipa Ruiz. Na sequência veio “Trabalhos carnívoros”: pura reflexões sobre as relações humanas a partir de um ponto de vista  pra lá de biológico. Divirta-se na apresentação de "Swell". Vale à pena conhecê-lo.


30 de novembro de 2016

19º Cirandança com o tema "O Caçador de Lendas"

Foto: Renata Boniol

O Cirandança, tradicional evento na cidade de Diadema, chega à sua 19ª edição apresentando o tema O Caçador de Lendas. As apresentações acontecem nos dias 8, 9, 10 e 11 de dezembro - quinta e sexta, às 20h, e, sábado e domingo, às 19h. O evento encerra as atividades do projeto Bailando em Cirandas que trouxe em sua programação oficinas e espetáculos de dança durante todo ano de 2016. O 19º Cirandança reúne cerca de 650 alunos de todas as faixas etárias, desde crianças (a partir de seis anos) até a terceira idade (todos integrantes das oficinas), além dos artistas orientadores da Companhia e dos agentes culturais da cidade e dos familiares e amigos dos participantes. Em cada ano, o Cirandança elege um tema que norteia todas as apresentações. Segundo a diretora do evento e da Companhia de Danças de Diadema, Ana Bottosso, em 2016, O Caçador de Lendas abriu um leque de caminhos para a abordagem sobre assuntos ligados à cultura brasileira. “Tanto a concepção quanto a criação dos espetáculos contam com a participação de todos os integrantes das oficinas, de forma integrativa e colaborativa, reafirmando a importância da troca de experiências, nesse caso por meio da dança, que também contribui para o crescimento pessoal e para o aprendizado de vida de cada um”, explica. O 19º Cirandança  acontece no Centro Cultural Diadema (Teatro Clara Nunes). A cada dia um espetáculo diferente. A entrada é franca.


29 de novembro de 2016

Contre Temps


O curta-metragem em animação Contre Temps já de cara nos demonstra a boa direção e ideia original belíssima. Uma simples história com visual fantasioso, criativo e de muito bom gosto. Na história, uma cidade submersa e um homem está obcecado pelo passar do tempo. Assista-o!

28 de novembro de 2016

Eurípedes: o homem e a missão


Apesar do uso de uma linguagem rebuscada e detalhes em demasia, a história de Eurípedes Barsanulfo no livro Eurípedes: o homem e a missão, de Corina Novelino, é bem narrada. A biografia, sob o ponto de vista espiritual, é profunda e, sob o ponto de vista do ser humano que está por traz do homem, é engrandecedora. Na narrativa, uma vida marcantemente apostolar como a de Eurípedes Barsanulfo merece ser evocada em linhas soberbas, nas quais o missionário se impõe de maneira fulgurante. Traz a lume episódios do dia-a-dia, iluminados pela constante do bem, da verdade, da justiça, da lógica e da ordem. Eis o dever inadiável e imperioso dos que conheceram de perto a obra missionária de Eurípedes! Pontos fortes: excelente trabalho de pesquisa, repleto de ensinamentos, exemplos de vida, fotos e ilustrações. Ponto fraco: a escrita morosa. Se o leitor superar isso, é só ir em frente e ser feliz lendo este livro repleto de fundamentos e princípios.

25 de novembro de 2016

Coda


A animação Coda tem uma concepção simples de design. A trilha sonora é bem proposital e a história é simbólica, nos trazendo um olhar bem particular. Na narrativa, uma alma perdida tropeça bêbada pela cidade. Em um parque, a morte encontra-a e mostra-lhe inúmeras possibilidades. Uma perfeita viagem no tempo e nas lembranças do ser humano. Um personagem verossímil. É bom que se diga que a animação foi vencedora de mais de 20 prêmios internacionais. Confira!

24 de novembro de 2016

Fábrica de Animais


O grupo musical Fábrica de Animais tem um som forte e original. A bateria é marcante a vocalista tem uma voz rasgada e inconfundível. Sem falar na performance de palco forte e teatral. O grupo sai do mesmismo existente por ai. Puro rock misturado com blue e soul. Uma música intensa e que contagia facilmente. Uma curiosidade: o nome da banda é empréstimo de um romance de Edward Bunker, narrativa dos tempos do autor norte-americano na penitenciária de San Quentin, e a sonoridade é rock’n’roll bluesy para maiores. Aqui, a música: "Jogo de Dardos". Deleite-se!



23 de novembro de 2016

Luna


Em preto e branco, a animação Luna (2011) é ousada em sua concepção e design criativo, trazendo um olhar arrojado e ao mesmo tempo retrô. A história é simples. A narrativa fala sobre o poder de atração e amor não correspondido entre uma borboleta e uma lagarta. É o amor tendo o poder de transformação! Confira.

22 de novembro de 2016

Quinta Poética


A 90ª Edição de Quinta Poética acontece no próximo dia 24 de novembro, às 19h30 na Casa das Rosas. Este encontro acontece uma vez por mês e combina a poesia com diferentes expressões artísticas como dança, música, artes plásticas e cultura popular. Vale à pena comparecer e prestigiar!

21 de novembro de 2016

Axilas e outras histórias indecorosas


A narrativa de Rubem Fonseca em Axilas e outras histórias indecorosas é ágil e cosmopolita. A morte persegue o autor em todas as instâncias, versões e pontos de vista na maioria de seus contos, é explicito! O livro mostra uma obsessão com a decadência física e com a deficiência em suas mais variadas formas, sempre percebidas por personagens impiedosos consigo mesmos e principalmente com os demais. Como trabalhou na política, o escritor acrescenta características muito realistas às obras, tais como violência em demasia, sensualidade, solidão e brutalidade categórica. A oralidade é bem presente nos textos dele. É bom lembrar que Rubem Fonseca já ganhou o Prêmio Camões e o Jabuti, dispensa mais credenciais. Os personagens são fortes e seu texto também ressalta o caráter de crítica social. Em suma, vale à pena lê-lo.

18 de novembro de 2016

Oficinas Culturais


As Oficinas Culturais estão com 14 mil vagas abertas em todo o estado de São Paulo, com cursos nas mais diversas áreas artísticas. Entre os destaques da programação estão cursos e palestras relacionados ao mercado audiovisual, comunicação digital, fotografia, literatura e diversas outras atividades. A nova grade encerra o ano com 269 atividades, entre apresentações, exibições de filmes, palestras e workshops, com um total de 14.287 vagas. Confira os destaques:

Para os amantes da fotografia, a Oficina Cultural Grande Otelo, em Sorocaba, convidou Araquém Alcântara para participar de uma conversa no dia 24 de novembro, às 19h00. No bate-papo, ele falará sobre sua experiência e trabalhos com a fotografia de natureza.

A Oficina Cultural Pagu, em Santos, contemplará a literatura com o projeto Olhares e Diálogos Diferentes Sobre a Literatura. Desde o dia 5 de novembro, os interessados poderão se inscrever em atividades que estimularão a criatividade na hora de escrever, incluindo a produção de biografias. Na mesma Oficina, o célebre autor de novelas Lauro Cesar Muniz participará no dia 3 de dezembro, às 15h30, de uma conversa sobre o seu processo de criação para teatro e televisão.

Em Presidente Prudente, durante o mês de novembro, o projeto também oferecerá palestras e um workshop com Paulo Miguel, que é jornalista e fotógrafo. Os encontros ocorrerão entre 19 e 27 de novembro, das 14h00 às 21h00. Para acessar a programação completa e conhecer mais sobre o Programa, acesse este link.

17 de novembro de 2016

Mês de Doar


Até o dia 30 de novembro deste ano, mês da Consciência Negra, acontece no Museu Afro Brasil, o Mês de Doar, inspirado no #diadedoar, organizado pelo "Movimento por uma Cultura de Doação", uma coalização de organizações e indivíduos que promovem a cultura de doação no Brasil desde 2013. O #diadedoar é uma mobilização nacional para um país mais solidário, em especial com as organizações da sociedade civil e acontecerá este ano, em todo país, no dia 29 de novembro. Nos Estados Unidos, onde nasceu em 2012, é o #GivingTuesday, a primeira terça-feira após o dia de Ação de Graças, muito importante no calendário da cultura norte-americana.

#DoeParaCulturaSP no Museu Afro Brasil 

Pela primeira vez o Museu Afro Brasil participará da campanha #diadedoar e durante o mês de novembro realizará uma ação em busca de apoio financeiro para a maior exposição de arte contemporânea portuguesa já realizada no país, "Portugal Portugueses", inaugurada em setembro, fica em exibição até dia 8 de janeiro de 2017 e ainda precisa de apoio financeiro. "Portugal Portugueses" faz parte da trilogia que homenageia a matriz de formação da cultura brasileira (raízes africana, portuguesa e indígena), concebida pelo fundador e diretor do Museu Afro Brasil, Emanoel Araujo, que também é curador da mostra. Neste mês da consciência negra, um mês que historicamente o Museu Afro Brasil é muito procurado pela sociedade brasileira, em busca de suas raízes,  espera receber doações financeiras que contribuam para a manutenção desta imensa mostra que tem gerado uma grande repercussão nacional e internacional. Para as doações recebidas no período entre os dias 10 e 30, de um valor mínimo de R$ 100,00, a instituição oferecerá um kit de agradecimento contendo uma camiseta e um lápis "Portugal Portugueses", desenvolvidos exclusivamente para esta campanha e uma caneta #DoeParaCulturaSP. Para doar Clique aqui


16 de novembro de 2016

Encerramento da Temporada 2016 no Centro de Música Brasileira (CMB)


No próximo dia 19 de novembro, às 20h, acontece o encerramento da Temporada 2016 do Centro de Música Brasileira (CMB) com dois grandes músicos, o cravista Antonio Carlos de Magalhães e a pianista Maria José Carrasqueira na Sala Cultura Inglesa. Antonio Carlos de Magalhães é de Belo Horizonte e interpretará um repertório raro com um Manuscrito de Piranga e obras de Dom Pedro I, Padre José Maurício Nunes Garcia, Lobo de Mesquita, Luís Álvares Pinto, Manuel Dias de Oliveira e Villa-Lobos. Além de João Carlos Rocha e Osvaldo Lacerda. Já a pianista Maria José Carrasqueira irá interpretar obras de Camargo Guarnieri, Ernesto Nazareth, Júlio Reis, Fernando Cupertino, Lina Pires de Campos, Nilcéia Baroncelli e Osvaldo Lacerda, Na temporada do CMB deste ano foram 8 concertos difundindo a música erudita brasileira que tem tanta dificuldade em conseguir espaços para ser executada em seu próprio país. “Ficamos muito satisfeitos com a qualidade dos músicos, dos concertos e da ampla participação do público”, relata Eudóxia de Barros, Presidente do CMB. Muitos compositores que tiveram suas obras executadas foram apreciar as apresentações. Lembramos que o evento é gratuito, assim, não tem razão para não prestigiar. A Sala Cultura Inglesa do Centro Brasileiro Britânico fica na Rua Ferreira de Araújo, 741 - Pinheiros - São Paulo. Abaixo assista/ ouça o Hino da Independência do Brasil - Versão original no Cravo - Dom Pedro I executada pelo cravista Antonio Carlos de Magalhães.


15 de novembro de 2016

Dia da Consciência Negra


No dia 20 de novembro, para comemorar o Dia da Consciência Negra, o Teatro do Incêndio será ocupado por manifestações culturais e apresentações artísticas e de resistência. A programação tem início às 15h com demonstração de Capoeira pelo Mestre Santos, seguida por apresentação de Maculelê - ambas organizadas pelo professor Michel Mascarenhas. Às 16h, o corpo artístico do Ilê Asé Yá Oju Omim apresenta o espetáculo de dança Oba Ti Àlà (termo que significa “rei cuja roupa é branca”), no qual as atrações são as danças de Orixás. Com direção de Johnny Santos Gonçalves e Fernando Igor Rodrigues dos Reis, os filhos do terreiro mostram pela primeira vez o trabalho realizado no bairro Sol Nascente que busca transmitir o conhecimento Yorubá também por meio da arte. A tarde conta ainda com a presença da yalorixá Ivone de Oxum, zeladora da casa, que pode ser consultada pelo público. O evento termina com a apresentação do espetáculo O Santo Dialético, de Marcelo Marcus Fonseca, às 19h. A peça do grupo Teatro do Incêndio discute a perda da identidade cultural do brasileiro e explora sua formação pelo estudo de nossas raízes. O valor do ingresso de cada apresentação é pague quanto puder. Programe-se e prestigie a nossa cultura negra!

14 de novembro de 2016

O patinho feio que não era patinho nem feio


A proposta dos escritores de O patinho feio que não era patinho nem feio é desconstruir as histórias clássicas. Aqui, José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, propõem ao leitor vários finais. A partir da vivência de cada um, cada leitor tem a possibilidade de escolher o melhor que lhe couber dentro de sua experiência pessoal de vida, ou quem sabe de sua imaginação. Os finais são bem retratados em termos de mundo/ universo proposto. Digamos: sinceros, assim como o é a natureza e nem sempre politicamente corretos. Um luxo em literatura infanto-juvenil! A linguagem é simples, clara e reconta com humor os clássicos da literatura infantil. Assista o depoimento de um dos autores sobre a obra.

11 de novembro de 2016

Tio Che


Uma delicia ouvir a banda Tio CheAs músicas da banda abordam temas do cotidiano, com letras irônicas, irreverentes, sarcásticas, com riffs e refrãos marcantes que não saem da cabeça. E é chiclete mesmo! A banda é formada por Leandro Moreti, Sergio Guizé, André Gieswein, Nego Will e Luthi Marques. Em 2010 eles lançaram o Ep "As formigas que se abaixem" e em 2014 "Bléqui ou Uáiti", ambos gravados por Chuck Hipolitho, vocal e guitarra da banda Vespas Mandarinas. Cumprindo sua trajetória de lançamentos, recentemente a lançou "De Ponta Cabeça", já disponível para download. Assista o videoclipe oficial da banda e curta os moçoilos.

10 de novembro de 2016

Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest


Com uma direção criativa e original, Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest ou Piratas do Caribe: O baú da morte (2006) segue os padrões visuais de toda a franquia. A trilha sonora é bem humorada e acompanha os diálogos (ou falta deles), tensões e sabe quando silenciar para obter suspense e comicidade. A história é bem estruturada e acompanha as inúmeras peculiaridades, características do roteiro da franquia. Na narrativa, Elizabeth Swann (Keira Knightley), a filha do governador Weatherby (Jonathan Pryce), está prestes a se casar com o ferreiro Will Turner (Orlando Bloom). Contudo, o evento é atrapalhado pela ameaça de Davy Jones (Bill Nighy), o capitão do assombrado navio Flying Dutchman, que tem uma dívida de sangue com o capitão Jack Sparrow (Johnny Depp), amigo do casal. Temendo ser amaldiçoado a uma vida após a morte como escravo de Jones, Sparrow precisa encontrar o misterioso baú da morte para escapar da ameaça. O filme bateu o recorde de maior bilheteria em seu fim de semana de estréia nos Estados Unidos, arrecadando US$ 135 milhões. Além disso, ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Especiais, o BAFTA de Melhores Efeitos Especiais e dois prêmios no MTV Movie Awards, nas categorias de Melhor Filme e Melhor Performance (Johnny Depp). Confira o trailer!

9 de novembro de 2016

Fábricas de Cultura - Paparutas


As Fábricas de Cultura de Vila Curuçá, Sapopemba, Itaim Paulista, Parque Belém e Cidade Tiradentes, do Governo do Estado de São Paulo, recebem, durante o mês novembro, o espetáculo teatral “Paparutas”. O texto de estréia de Lázaro Ramos no teatro inspira-se na festa popular das “Paparutas” que acontece na Ilha do Paty, situada em São Francisco do Conde, interior da Bahia. As apresentações gratuitas acontecem sempre às 14h30, nos próximos dias 11, 18 e 24 de novembro. No espetáculo, Jovi é uma criança inventiva, que narra a história das Paparutas, associação que lida com a magia da comida. O conflito se inicia quando uma Paparuta novata é enviada pela poderosa Dona Papona para a organização, com a missão de aprender todos os ensinamentos das colegas. O que a Paparuta novata não sabe é que ela é uma das últimas remanescentes de Fernofolus e tem o poder de se tornar à próxima Paparuta-chefe. Com medo de perder o poder, a chefe das Paparutas ordena que seu mensageiro, Feio, vá à busca de uma lendária flauta mágica, para fazer com que todas as pessoas fiquem iguais ao que ela julga ser a perfeição: ela mesma. A montagem busca respeitar a inteligência das crianças e, de forma construtiva, incentiva o imaginário infantil por meio de uma viagem lúdica, sob a certeza de que se pode ensinar e sensibilizar pela arte. Ao integrar a cultura do nordeste do país, o espetáculo promove um intercâmbio de culturas, trazendo à cena, de forma lúdica, premissas relevantes e urgentes ao universo infantil. O espetáculo discute as diferenças culturais, raciais, estéticas e outras formas possíveis de preconceito, além do fenômeno recentemente discutido do bullying. As apresentações serão gratuitas e abertas ao público. Para mais informações, acesse o site ou o Facebook do grupo.

8 de novembro de 2016

Fórum de Fomento para Projetos Literários


Hoje às 19:30H na Casa das Rosas acontecerá a Quarta edição do Fórum sobre leis de incentivo, bolsas, programas de financiamento e de patrocínio coletivo de projetos literários, com profissionais da área que atualizam as principais questões do tema e colocam em discussão alternativas de incentivo à criação e à publicação. A Casa das Rosas fica na Av. Paulista, 37 - Bela Vista.

7 de novembro de 2016

Uma criatura dócil


A leitura de Uma criatura dócil, do renomado escritor russo Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski (1821-1881) é saborosa e envolvente. A ideia original, apesar dos anos, parece contemporânea. As entrelinhas são claras. O comportamento e o psicológico do narrador, mesmo frente à tragédia, se desvela pouco a pouco ao leitor. A tragédia real do suicídio de uma jovem que se jogara de um prédio abraçada a um ícone da Virgem que fora publicada num jornal, chamou a atenção do autor que transformou em uma história fantástica, para o deleite de todos nós, amantes da boa literatura. Na narrativa do livro, uma jovem mulher havia se jogado de uma janela e seu marido fica aturdido, sem saber o que fazer, dando voltas pela casa enquanto começa a falar consigo mesmo, pois não sabe lidar com esta situação. Quando escreve esta obra-prima de 1876, Dostoiévski já é o romancista de Crime e castigo (1866), O idiota (1868) e Os demônios (1872). Marcado pela humilhação e pelo orgulho, o narrador acompanha a busca de sua mulher por liberdade. A edição é enriquecida com desenhos inéditos de Lasar Segall (1891-1957). Vale à pena aventurar-se por este conto russo!

4 de novembro de 2016

Beauty


No curta-metragem Beauty não existe novidade como o tema é trabalhado, mas é um olhar que se rompe, desvelando-se toda sua essência, quando descobrimos o fim da história. O inicio é moroso, por vezes os conflitos são repetitivos e em demasia, mas a história se sustenta. Na narrativa, uma adolescente que só pensa em sua beleza externa descobre que no amor a beleza não pode ser superficial para construir um relacionamento sólido. Assista e se divirta!

3 de novembro de 2016

Cineclube Araucária

Nise - O Coração da Loucura

Para encerrar a programação de 2016 o Cineclube Araucária exibe duas mostras de cinema no mês de novembro. Em novembro, a programação começa com o Panorama do Cinema Finlandês e fecha, na sequência, com o Panorama do Cinema Atual que traz para a tela do Cineclube algumas das melhores produções exibidas nos cinemas brasileiros, neste ano. Entre os dias 3 e 6 de novembro o Cineclube exibe os seguintes filmes finlandeses: Zona Mortal, de Aku Louhimier; O Homem Sem Passado, de Aki Kaurismäki; Minha Vida Sem Minhas Mães, de Klaus Häro; e O Ciúme Mora Ao Lado, de Mika Kaurismäki. Na matinê (6/11), Uma História de Natal, de Juha Wuolizok. E, fechando com chave de ouro a programação deste ano, o Panorama do Cinema Atual propõe – entre os dias 10 e 13 de novembro - uma retrospectiva de 2016 com: O Último Poema do Rinoceronte, de Bahman Ghobadi; Macbeth: Ambição e Guerra, de Justin Kurzel; Spotlight – Segredos Revelados, de Tom McCarthy; e Nise - O Coração da Loucura, de Roberto Berliner. A matinê (13/11) traz Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, o Filme, de Steve Martino. A entrada é franca. O Cineclube também é responsável pela manutenção e funcionamento da Biblioteca de Cinema e do Memorial Cine Glória, instalados no piso superior do Espaço Cultural Dr. Além. Entre os dias 9 e 11 de dezembro acontecerá o 2º Festival Curta Campos do Jordão, quando serão exibidos os filmes inéditos produzidos pelos participantes da Oficina de Cinema do Cineclube Araucária neste ano. As produções concorrem aos prêmios de Melhor Curta Documentário e Melhor Curta de Ficção em 2016. Assista o trailer da película finlandesa Paha Maa ou Zona Mortal (2005). Na trama, Tuomas é um jovem hacker que quer fazer alguma diferença no mundo. Por sua vez, Niko, seu melhor amigo, quer apenas levar uma vida junkie regada a drogas e álcool. Quando Niko falsifica uma nota de 500 euros, os dois amigos e a namorada de Tuomas, se envolvem numa série de eventos que liga várias histórias que mostram um painel da Finlândia atual. 


2 de novembro de 2016

The Book of Life


Bem apropriado para o dia de hoje, a animação The Book of Life ou Festa no céu (2014) tem uma ideia original boa e muito bem desenvolvida. A estrutura de história é clássica com momentos de humor e tensão sob medida. Os pontos de viradas e o tema são bem trabalhados: tem sutileza, leveza, mas são declaratórios. Os personagens são encantadores e a trilha sonora é bem assertiva. Atente-se também ao primor visual da película. Na trama, um grupo de crianças bagunceiras é encaminhado a uma visita guiada ao museu, como “punição” pelo mau comportamento. Lá, uma guia diferente resolve percorrer um caminho alternativo e os apresenta ao "Livro da Vida", que contém todas as histórias. A mais simbólica delas, baseada nas tradições mexicanas, envolve três mundos. Catrina/ La Muerte é uma adorada deusa ancestral, que governa a Terra dos Lembrados. Ela é ex-mulher de Xibalba, o governante da Terra dos Esquecidos, um trapaceiro. Em uma visita à Terra dos Vivos, eles fazem uma aposta. Se a jovem e bela Maria, filha da maior autoridade da cidade de San Angel, escolher se casar com o emotivo violinista Manolo, Catrina ganha, e Xibalba não poderá mais interferir no Mundo dos Vivos, como gosta de fazer; se o preferido for o valente Joaquim, Xibalba passa a governar, também, o Mundo dos Lembrados. Como curiosidade: Guillermo del Toro é o produtor, mexicano como o diretor Jorge R. Gutierrez. O argentino Gustavo Santaolalla - vencedor do Oscar com as músicas de O Segredo de Brokeback Mountain (2005) e Babel (2006) - é o responsável pela trilha sonora. Ou seja, só espanhol na película. Confira o trailer!



1 de novembro de 2016

O Ilha do Tesouro


O Ilha do Tesouro, de Ricardo Karman, considerada a melhor montagem infantil interativa de São Paulo, finaliza sua trajetória de 11 anos consecutivos em cartaz no Teatro do Centro da Terra com temporada que vai de 13 de novembro a 11 de dezembro. As sessões são somente aos domingos, às 11 horas. Desde sua esteia em 2005, Ilha do Tesouro foi criado para proporcionar uma vivência conjunta. É um espetáculo itinerante e participativo que reúne os adultos e as crianças numa experiência real e emocionante por meio de jogos de aventura e de teatro. Para enveredar nessa divertida missão tem que ser no formato de duplas - uma criança junto com um adulto com quem tenha algum vínculo afetivo. público é o herói da história. Orientado pelos atores, cada um é protagonista nas cenas participando  fisicamente dessa inesquecível aventura. O espetáculo começa numa taberna real, especialmente construída para o espetáculo, e percorre um grande “cenário-instalação", passando por desafios de cordas e barro, escorregadores, infláveis, subterrâneos do teatro, palco, coxia, camarins e uma masmorra. Logo no início, as duplas se separam, e cada um segue com sua missão: os adultos tornam-se “terríveis” piratas que as crianças irão enfrentar em busca de um tesouro Durante uma hora e meia, os grupos percorrem caminhos paralelos, encontrando-se algumas vezes para confrontos com guerra de bolinhas, sequestros, torturas e lutas de espada. As crianças, neste percurso, devem superar medos e obstáculos, fugir do inimigo, enfrentar os piratas para, depois de muitas aventuras, encontrar finalmente o tesouro. Mas, muito mais do que um baú cenográfico cheio de ouro, balas ou doces, o tesouro (revelado apenas no final do espetáculo) é bastante verdadeiro e absolutamente surpreendente. Vale à pena prestigiar, afinal, um espetáculo não fica tanto tempo em cartaz se não for bom. O Teatro do Centro da Terra fica na R. Piracuama, 19 - Perdizes/SP. 

31 de outubro de 2016

Quem soltou o Pum?


O livro infanto-juvenil Quem soltou o pum?, de Blandina Franco e José Carlos Lollo é simplesmente uma delícia. A começar pelo sugestivo título. A ideia original é bem criativa e a narrativa é cercada de humor em demasia. As dúbias interpretações são um charme à parte dentro de todo o contexto. O Pum é um personagem inebriante e o narrador, o menino que solta o Pum toda hora, é bastante elucidativo em sua tese de defender qual o problema de soltar o Pum, já que ele é um lindo cachorro em plena idade de crescimento. A história é simples, mas a sacada é das boas: imagine um cachorrinho de estimação que se chama Pum! Daí dá para tirar diversos trocadilhos, criando frases e situações realmente hilárias. É um tal de não conseguir segurar o Pum, que é barulhento e atrapalha os adultos, que dizem que o Pum molhado, em dia de chuva, fica mais fedido ainda, o que faz o menino passar muita vergonha. Pobre Pum. E pobre dono do Pum! Mas não tem jeito, com o Pum é assim mesmo: simplesmente ninguém consegue evitar que ele escape e cause certos inconvenientes. Vale à pena presentear uma criança com essa obra prima!

28 de outubro de 2016

The Princess and the Pea


Com a direção dinâmica, diálogos efetivos e humor explicito, a animação The Princess and the Pea trata-se da recontagem de um conto de fadas clássico. Na história, um príncipe em busca de uma princesa e uma viajante em busca de uma cama e comidas quentinhas que se diz uma princesa. E, obviamente, um teste estúpido com uma ervilha. O que o príncipe e a rainha não contavam era a postura moderna de uma princesa que, antes de tudo, é uma mulher. Assista!



27 de outubro de 2016

40ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo



Até o dia 2 de novembro, acontece a tradicional Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Serão exibidos 322 títulos em 35 endereços, entre cinemas, espaços culturais e museus espalhados pela capital paulista, incluindo projeções gratuitas e ao ar livre. A seleção faz um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial tem produzido, além de apresentar tendências, temáticas, narrativas e estéticas. 40ª Mostra é composta por seis seções: Homenagens, Apresentações Especiais, Foco Polônia, Competição Novos Diretores, Mostra Brasil e Perspectiva Internacional. Veja os filmes e diretores desta edição. 

26 de outubro de 2016

OVONO

Foto: Bernardo Galegale

Reconhecido por montagens ousadas e inusitadas, o artista multimídia Ricardo Karman estreia, no dia 5 de novembro, às 20 horas, seu novo espetáculo OVONO no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde permanece em cartaz até o dia 12 de dezembro. Ensaios abertos (grátis) acontecem nos dias 29, 30 e 31 de outubro, sábado e segunda, às 20 horas, e domingo, às 19 horas. A montagem é uma aventura de ficção científica, satírica e filosófica, na qual um gigantesco osso vindo do espaço está prestes a destruir a Terra. A única esperança do planeta é Ovono, o mais perfeito cérebro artificial já criado, mas esta “máquina” está aprendendo a pensar – a ter sentimentos – e pode não estar preparada para a difícil missão de destruir o objeto ameaçador e salvar a humanidade. 

Foto: Ricardo Karman

Além de Ricardo Karman (texto, direção e cenografia), a ficha técnica traz Amir Admoni na direção de animação e vídeo,Tito Sabatini como diretor de projeto multimídia, José de Anchieta no figurino, Domingos Quintiliano na iluminação e Otávio Donasci em projeto e consultoria de inflável. O elenco é formado por Gustavo Vaz, Paula Arruda, Paula Spinelli, Fábio Herford, Bruno Ribeiro e César Brasil. O enredo discute a ambição pelo progresso tecnológico no decorrer da evolução da civilização. Com uma linguagem multimídia inusitada a encenação ousa em técnicas de vídeo maping com projeções em suportes esféricos e infláveis (seres e imagens criadas digitalmente). Ricardo Karman e a Kompanhia do Centro da Terra levam para o teatro uma reflexão fundamental sobre os rumos do progresso e o ônus do desenvolvimentismo irrefreável em nossa época. OVONO é híbrido de teatro, mímica, vídeo e animação computadorizada: as personagens interagem com animações digitais, criando uma dinâmica cênica que mistura o real e o virtual - linha mestra da pesquisa de 27 anos da Kompanhia. A criação de Karman foi inspirada, de forma irônica, na corrida espacial dos anos 60 e 70, em filmes de ficção científica como2001 - Uma Odisseia no Espaço (Stanley Kubrick, 1968) e no livro de Gênesis (Bíblia). O osso arremessado para o alto por um macaco (no filme) como alusão ao brilhante futuro da raça humana, marca a utopia do final do século XX. Para Ricardo Karman “o desafio em OVONO é manter a ‘simplicidade’ teatral sem deixar transparecer o inerente rigor técnico e a sofisticação eletrônica para que a história tenha um curso natural e envolvente, diante de uma dramaturgia que assume meios digitais de comunicação como ponte para a estética contemporânea”. Ele ainda explica o significado do título: “ovon-o” remete a novo, a grafia é o contrário de “o-novo”. Prestigie o que é nosso!