13 de junho de 2016

Guia politicamente incorreto da história do Brasil


O livro Guia politicamente incorreto da história do Brasil, de Leandro Narloch é uma excelente leitura. Interessante sob o ponto de vista de conteúdo, o autor desmistifica muito do que aprendemos em escola e desmorona mitos que de tão repetitivos se tornam difíceis de derrubar. Abre os nossos olhos para a nossa história e raiz de muitas questões das quais vivemos hoje. Com uma farta documentação, clareza em sua escrita, o livro envolve pela extensa e séria pesquisa efetuada, bem como pelos fatos históricos esclarecidos de forma comprovada e oficial. Derruba mitos populares de heróis fajutos e episódios "marcantes" em nossa história. Alguns desses mitos: a origem da feijoada é européia e não das senzalas brasileiras, a técnica de preparo vem do Império Romano. Quem mais matou índios foram os índios. Quem mais devastou as florestas brasileiras antes e logo após a descoberta do Brasil foram os índios com suas fogueiras coordenadas por diversos motivos. Zumbi, pasmem, tinha escravos. E, pior, negras com bom posicionamento econômico tinham escravos também. Machado de Assis era censor do Império. Jorge Amado fez propaganda do nazismo e Gilberto Freyre admirava a Ku Klux Klan. Santos Dumont não era pacifista e muito menos inventou o relógio de pulso. Prestes nunca foi um herói e Olga queria mesmo era se livrar dos caprichos dele. Para Narloch, existe um esquema tão repetido para contar a história do Brasil, que basta misturar chavões, mudar datas ou nomes, e pronto. A postura do autor nesse livro faz toda a diferença. Ele mesmo, logo no prefácio, avisa ao leitor: “Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos.” É verdade: esse guia enfurecerá muitas pessoas. Porém, é também verdade que a história, assim, fica muito mais interessante e saborosa para quem a lê. Mais do que recomendo!