9 de agosto de 2017

O ovo da serpente


A peça “O ovo da serpente” conta com uma ideia original ordinária e a narrativa é bem estruturada em seus dilemas crescentes e revelações apropriadas, contudo, a temática nazista inspirada e trabalhada, certamente, não aproxima a audiência do objetivo definido por tal inspiração. Seja pelo o assunto tão distante à atual realidade brasileira, seja por um assunto tão batido. Falta o sal do tempero. Entretanto, tal tônica goste o espectador ou não, entrega o que propõe. O texto é bom, mas ao se posicionar como visceral, por vezes força a barra e perde sua pujança. O diálogo restitui o que promete de maneira singular: muitas vezes são monólogos e repletos de eco. Aliás, diria que este é um ponto alto da dramaturgia. A cenografia é péssima. As atuações são nítidas e, em certos momentos, significativas.


Na trama, três personagens insólitos, Lascívia (Glória Rabelo), Jack (Zaqueu Machado) e Mike (vivido pelo próprio autor), fala de um assassino neonazista que convida um jovem psicopata para testar o caráter de sua esposa, uma ex-prostituta judia. No entanto, algo foge do controle. O espetáculo “O Ovo da Serpente”, de Rudson Mazzorana, está no Viga Espaço Cênico até o dia 27 de agosto, sempre aos sábados (às 21h) e domingos (às 19h). O Viga Espaço fica na Rua Capote Valente, 1323 – Pinheiros/ SP.